Brasil
O peso invisível das dores não nomeadas
Terapeuta Monica DiCristina pontua em novo livro como traumas emocionais se manifestam no corpo e a importância de identificá-los

Dores que não foram nomeadas, como traumas silenciosos, lutos ignorados ou ansiedades recorrentes, continuam agindo mesmo quando não são compreendidas. Influenciam o modo como alguém se relaciona, toma decisões ou reage a situações cotidianas. Em Toda dor tem nome, Monica DiCristina aponta que o primeiro passo para compreender e transformar a própria história é identificar essas experiências não resolvidas.
Terapeuta há mais de 15 anos, a autora parte da observação clínica e da própria vivência para demonstrar que traumas, perdas não reconhecidas, ansiedade e dificuldades com limites costumam ser tratados apenas como falhas individuais. No entanto, estão frequentemente ligados a experiências não validadas. Sem nome, essas dores se confundem com a identidade e alteram a forma pela qual a pessoa se percebe.
Ao longo do livro, a especialista também evidencia como esse sofrimento emocional, quando não reconhecido, tende a se expressar fisicamente. Ansiedade, depressão, fadiga e dores crônicas podem surgir como resposta do corpo a essas “ranhuras internas”. Afinal, “o corpo se lembra” daquilo que a mente ainda não conseguiu elaborar.
Por que é tão difícil para muitos de nós encontrar nomes para as nossas dores? Às vezes as pessoas chegam no meu consultório depois de ter conversado com todos que conhecem, e mesmo assim ainda se sentem mal. Pode ser que você diga: "Bom, nem todo mundo conhece técnicas terapêuticas". É verdade, só que é mais que isso. É uma combinação de invalidação que encontramos e dos rótulos errados que recebemos.(Toda dor tem nome, p. 30)
Monica oferece recursos para que o leitor desenvolva uma escuta ativa de si mesmo e reconheça padrões recorrentes, crenças formadas na infância e estratégias de sobrevivência que, embora tenham feito sentido em outro momento, hoje limitam seu crescimento. Técnicas como respiração consciente, escrita reflexiva e exercícios de regulação emocional são apresentados como meios de acesso ao que está acontecendo no campo psíquico.
Este lançamento da Latitude percorre o caminho desde o estranhamento inicial diante de uma dor difícil de nomear até a possibilidade de reconstrução da relação consigo. Ao nomear a dor, a narrativa (dividida em três partes) mostra que é possível distinguir o que foi vivido daquilo que se é, e assumir com mais clareza as escolhas daqui em diante. Longe de simplificar a complexidade do sofrimento, o livro contribui para a melhor elaboração interna. Ao reconhecer essas marcas, o leitor se aproxima de uma compreensão mais precisa sobre a própria história e tem a chance real de a contar de outro modo.
Ficha técnica:Título: Toda dor tem nomeSubtítulo: Entenda como as rachaduras emocionais se manifestam no seu corpoAutora: Monica DiCristinaTradutora: Kícila FerreguettiEditora: LatitudeEdição: 1ªed., 2025ISBN: 978-65-89275-76-3Páginas: 168Formato: 14x21cmPreço: R$ 64,90Onde encontrar: Amazon e E-commerce VR Editora | Principais livrarias do Brasil

Sobre a autora: Monica DiCristina é Licensed Professional Counselor com mais de 15 anos de experiência em terapia individual e de casal, atuando em Atlanta (EUA). É formada em Counseling pela Gordon‑Conwell Theological Seminary, com especializações em Terapia de Restauração, Terapia Focada em Emoções e Terapia Cognitivo Comportamental. Além da clínica, atua como escritora, palestrante e podcaster. É a criadora do podcast Still Becoming, que explora histórias de transformação e autocura.
Instagram: @monicadicristina
Sobre a editora: A Latitude marcou um novo ciclo da VR Editora. Voltado ao aprimoramento pessoal e dedicada ao público adulto. Foi por meio do autor e psicólogo Marcos Lacerda que a Latitude deixou a sua marca nesse gênero literário cuja missão é provocar nos leitores uma mudança de vida por meio da reflexão sobre diferentes temas, como: saúde mental, finanças pessoais, negócios, espiritualidade, sociedade, empoderamento feminino entre outros. Desse modo, Latitude pretende ser uma bússola por meio da qual cada leitor possa encontrar sua rota em direção um futuro promissor.
Instagram: @latitudelivros
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