O Ministério do Trabalho e Emprego de Alagoas (MTE-AL) anunciou, nesta sexta-feira (4), que vai instaurar uma investigação para apurar as circunstâncias da morte do trabalhador Genilson Lucena de Freitas, de 48 anos, durante a montagem da estrutura de um camarote para o São João de Maceió, no bairro do Jaraguá. O evento é promovido pela Prefeitura de Maceió.

O corpo do trabalhador, natural de Natal (RN), foi encontrado em cima da estrutura metálica, já sem vida, na manhã de quinta-feira (3). A suspeita é de que ele tenha sofrido uma descarga elétrica na noite anterior, quarta-feira (2), enquanto realizava a retirada de uma extensão elétrica no local. Segundo relatos, como era de fora do Estado, colegas imaginaram que ele havia encerrado a jornada e ido embora.

A tragédia só foi percebida no dia seguinte, quando a vítima foi localizada morta sobre a armação do camarote.

Fiscalização será rigorosa, diz superintendente

O superintendente regional do Trabalho em Alagoas, Cícero Filho, confirmou que uma auditoria fiscal será iniciada imediatamente, com o objetivo de identificar com precisão o que levou à morte de Genilson, além de apurar eventuais responsáveis.

“É muito triste sempre que um trabalhador perde a vida vítima de acidente de trabalho. Lamentamos profundamente e deixamos nossa solidariedade à família e aos amigos”, declarou.

Ele destacou que ainda não é possível apontar com certeza a causa da morte, uma vez que o processo de auditoria técnica ainda será iniciado. No entanto, a principal hipótese é de choque elétrico.

“O que se sabe até agora é o que foi divulgado pela imprensa. Mas é preciso aguardar o trabalho técnico, que é rigoroso e criterioso”, explicou.

Responsabilidades em análise

A auditoria do MTE-AL deverá verificar se havia contrato formal entre a empresa responsável pela montagem e o poder público, se houve acompanhamento técnico da atividade, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e o cumprimento das normas de segurança do trabalho.

“O dever de prevenir acidentes é compartilhado entre vários órgãos. Precisamos entender como o trabalho foi contratado, se houve fiscalização e se as normas foram respeitadas”, reforçou Cícero Filho.

Ocorrência

A Polícia Militar foi acionada ao local, assim como equipes do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico Legal (IML), que recolheram o corpo e iniciaram os procedimentos legais. O caso segue em apuração também pelas autoridades policiais.

Até a publicação desta matéria, nem a Prefeitura de Maceió nem os organizadores do São João se pronunciaram oficialmente sobre o ocorrido.