Política
Urbanitários protestam contra novo leilão da Casal e denunciam risco de desabastecimento
Manifestação em frente à Assembleia Legislativa reúne lideranças sindicais que cobram diálogo com o governo estadual e defendem o acesso universal à água como direito essencial

O Sindicato dos Urbanitários de Alagoas realiza nesta quarta-feira (14) uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa (ALE), em Maceió, contra a possível realização de um novo leilão da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e denunciam risco de desabastecimento. O ato marca o início de uma nova jornada de mobilização contra a privatização do saneamento no estado.
Diversas organizações classistas apoiaram o movimento e se fizeram presentes através de seus representantes: urbanitarios, vigilantes, comerciarios, jornalistas, bancários, agentes de Saúde, servidores dos Correios, servidores do Detran, entre outros.
“A água é um direito de todos e todas. Iniciar essa luta novamente é necessário diante da ameaça de um novo leilão, que agora atinge diretamente a gestão da água, o coração da Casal”, afirmou Dafine Orion, presidente do sindicato. “Já entregaram a parte comercial, agora querem entregar os mananciais. Isso significa tarifas mais altas, serviços precarizados e risco de desabastecimento, como já vemos hoje com a BRK”, completou.
A manifestação também teve o objetivo de pressionar os deputados estaduais a intervirem junto ao governo de Paulo Dantas. “Essa Casa aprovou a regionalização da Casal, que abriu caminho para a privatização. Agora, exigimos que os parlamentares assumam sua responsabilidade e impeçam que o restante da Casal seja entregue ao mercado”, cobrou Dafine. Segundo ela, até o momento, nenhum deputado se posicionou favorável à causa dos trabalhadores e da população.
O protesto vai seguir até o Palácio do Governo, onde os manifestantes esperam ser recebidos pelo governador. “Protocolamos há meses um pedido de reunião e até agora não obtivemos resposta. São quase 700 trabalhadores e trabalhadoras vivendo na incerteza”, denunciou a sindicalista.
Outras lideranças sindicais também marcaram presença e reforçaram o apoio à luta dos urbanitários. Nelson Cordeiro, presidente da Central Sindical - Sindacos, criticou duramente a tentativa de venda da Casal. “Esse é um patrimônio público construído com o dinheiro do povo. Não podemos permitir que o governo entregue isso à iniciativa privada”, disse.

Na mesma linha, Mônica Lopes, do Sindvigilantes/AL, destacou os efeitos negativos da privatização. “Água privatizada é desagrado e prejuízo. O Estado precisa garantir esse serviço essencial, não vendê-lo”, afirmou.
Roberto Martins, presidente do sindicato dos servidores do Detran, lembrou que saneamento básico é saúde pública e questionou os valores envolvidos na negociação. “O Canal do Sertão, que pode abastecer Maceió no futuro, já custou mais de R$ 15 bilhões aos cofres públicos. E agora querem entregar tudo isso por uma fração do valor para uma empresa privada?”, indagou.

Thiago Miranda, do Sindicato dos Bancários, alertou para o impacto social das privatizações. “A lógica é simples: a empresa privada só atua onde dá lucro. Nos bairros pobres e no interior, o povo ficará desassistido. A tarifa sobe, o serviço piora, e só uma minoria lucra”, pontuou.
Os representantes sindicais foram unânimes em pedir que o governador Paulo Dantas suspenda qualquer processo de venda da Casal e abra diálogo com os trabalhadores e a sociedade. A luta, afirmaram, é pela água como direito, não como mercadoria.
Manifestantes são barrados na ALE
Um grupo de Manifestantes foi barrado na ALE enquanto acompanham a entrega de ofício contra leilão da Casal. De acordo com Dafine Orion, o documento pede o apoio dos deputados e cobra audiência pública: “Queremos saber se estão com o povo ou com quem quer lucrar”.
"Esperamos que esta casa convoque uma audiência pública para ouvir a sociedade. Vamos aguardar que esta Casa se manifeste", concluiu.

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