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Vídeo: 11 trabalhadores de Penedo denunciam que estão sendo 'escravizados' no Espírito Santo

Prefeitura de Penedo formalizou denúncia no MPT que já iniciou a investigação do caso

Por Lucas França com Tribuna Hoje 14/05/2024 11h23 - Atualizado em 14/05/2024 18h01
Vídeo: 11 trabalhadores de Penedo denunciam que estão sendo 'escravizados' no Espírito Santo
Trabalhadores alagoanos denunciam trabalho análogo à escravidão em fazenda do interior de Minas Gerais - Foto: Reprodução

Um grupo de trabalhadores alagoanos da cidade de Penedo usou as redes sociais para denunciar trabalho análogo à escravidão em uma fazenda de café no interior do Espírito Santo e não em Minas Gerais como foi anunciado em informação anterior. O Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga o caso. A informação foi confirmada pela Prefeitura de Penedo que formalizou a denúncia junto ao órgão competente.

A porta voz do grupo usou as redes sociais e postou um vídeo dizendo que 11 pessoas saíram de Penedo para colher café nessa fazenda, no entanto, quando chegaram ao local, não era nada do que esperavam e do que foi prometido.

“Quando a gente chegou aqui, não tinha café suficiente para se colher, o dono da fazenda está ameaçando a gente, falando que, se a gente for embora, vai reter a documentação da gente e que vai atrás com a polícia”, falou a mulher.


A mulher disse ainda que todos estão dormindo no chão de concreto frio em uma casa insalubre.

“Estamos com caroços no corpo devido às picadas de mosquito. Além disso, a comida que era para ser oferecida estamos comprando, porém nosso dinheiro está acabando. Queremos sair daqui e ser resgatado porque somos da mesma cidade. Não temos dinheiro para ir embora. Precisamos comer, e a cada dia, nossa dívida só aumenta” relatou a mulher. acrescentando que eles já acumulam uma dívida de quase R$ 11 mil com o empregador. "Mas sem o produto para colher, não temos como pagar", expôs.


Em nota, a Prefeitura de Penedo informou que a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos tomou conhecimento do caso nessa segunda-feira (13). E pelas imagens, conseguiram identificar que pelo e duas pessoas que aparecem no vídeo são de fato da cidade.

“A Prefeitura de Penedo formalizou denúncia ao MPT, logo de início já entramos em contato com o Núcleo de Defesa e Combate ao Trabalho Escravo para adotar todas as medidas cabíveis visando à localização e ao amparo dos envolvidos”, diz trecho da nota.

Além disso, a Secretaria Municipal de Assistência Social de Penedo ressaltou que está acompanhando e monitorando o caso com máxima atenção. “Já nos colocamos a disposição para facilitar o retorno seguro desses cidadãos a seu município de origem”.

Ainda conforme a nota, a Prefeitura ressaltou o compromisso com a defesa dos direitos humanos. ”Informamos que novas atualizações sobre o caso serão divulgadas conforme informações forem sendo disponibilizadas pelos órgãos responsáveis”.

O MPT disse que está apurando a denúncia, mas não pode repassar mais informações para não atrapalhar as investigações, assim como a Prefeitura de Penedo também não pode passar maiores informações a pedido do próprio Ministério.

Veja nota oficial do MTE/AL na íntegra 

"Desde o início da manhã desta terça-feira (14), a Superintendência do Trabalho e Emprego em Alagoas atua ativamente para solucionar o caso dos 11 trabalhadores alagoanos submetidos à condição análoga à escravidão no sudeste do país.

Ao contrário do que havia sido noticiado anteriormente em algumas páginas nas redes sociais, o fato ocorre no Espírito Santo e não em Minas Gerais.

O Superintendente Regional do Trabalho em Alagoas, Cícero Filho, afirmou estar tomando todas as providências desde que tomou conhecimento da situação, além de manter contato com a Polícia Federal, bem como com os superintendentes regionais do trabalho de Minas e Espírito Santo.

A secretária de Assistência Social de Penedo, cidade dos trabalhadores, também disponibiliza suporte e aguarda o retorno das vítimas.

Uma operação está sendo preparada para resgatá-lo. Assim que houver novas informações sobre o caso, a SRTE/AL fará a atualização dos fatos".