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Jornalistas de IstoÉ e IstoÉ Dinheiro entram em estado de greve

Por Redação - SJSP 23/02/2024 15h54
Jornalistas de IstoÉ e IstoÉ Dinheiro entram em estado de greve
Além de descumprir uma regra básica na relação entre patrão e empregado – que é o pagamento pelo trabalho prestado –, a editora descumpre preceitos elementares da Recuperação Judicial - Foto: Reprodução

Os jornalistas da Editora Três, que publica as revistas impressas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro, Dinheiro Rural e Motor Show, decidiram em assembleia realizada na tarde da quinta-feira (22) paralisar a produção do conteúdo editorial a partir da segunda-feira (25). Eles só voltarão ao trabalho caso o pagamento integral dos salários atrasados (quinzenas de 20 de janeiro, 5 e 20 de fevereiro) sejam quitados. A mobilização reivindica também os depósitos do FGTS, interrompidos há mais de um ano, e a quitação do 13º de 2023.

Além de descumprir uma regra básica na relação entre patrão e empregado – que é o pagamento pelo trabalho prestado –, a editora descumpre preceitos elementares da Recuperação Judicial, ou seja, não contrair novas dívidas, honrar pela manutenção dos empregos e da renda, pagamentos de tributos e obediência às leis trabalhistas. Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo (SJSP), Thiago Tanji, o descumprimento das obrigações pela Editora e o recorrente atraso salarial expõem os funcionários da empresa à situação de constrangimento e assédio moral coletivo. Os funcionários têm sido pressionados e coagidos por alguns diretores a não reagir a essa degradante situação. E mais: em alguns casos, os atrasos empurram os empregados à condição de miserabilidade e sofrimento.

“Esgotados com negociações infrutíferas, desrespeitosas e de promessas não cumpridas, os jornalistas da Editora Três presentes à assembleia decidiram, por unanimidade, dar um basta à essa situação de quase dois meses sem salários.”, diz Tanji.

Segundo a diretoria da Editora Três, o problema de caixa que a empresa atravessa é motivado pela falta de pagamentos da Entre Investimentos, que adquiriu da Editora Três o direito de uso das marcas na internet. A Entre nega qualquer irregularidade.

Em meio à guerra de versões, os funcionários são os maiores prejudicados pela falta de pagamento. “Já temos casos de necessidade alimentar entre os trabalhadores. Muitos funcionários já não têm como se deslocar ao trabalho, estão com aluguéis atrasados e sob risco de punição judicial por não pagamento de pensão alimentícia. Enfim, é muito grave tudo que está acontecendo”, afirma Alan Rodrigues, diretor do sindicato e funcionário da Editora Três. Nesta semana, foram realizadas duas assembleias entre o sindicato e os jornalistas. Foi acordada pelos funcionários a decisão de encaminhar ao juiz da Recuperação Judicial uma petição que reivindica a convocação do Administrador judicial para explicar as irregularidades.