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Viradouro conquista seu terceiro título no Carnaval do Rio de Janeiro; Beija-Flor fica na 8ª posição

Vermelha e Branca de Niterói apresentou Dangbé, a mítica cobra cultuada no Noroeste da África, enquanto a escola de Nilópolis que cantou sobre Rás Gonguila e Maceió não teve bom resultado

Por Tribuna Hoje com g1 14/02/2024 18h18
Viradouro conquista seu terceiro título no Carnaval do Rio de Janeiro; Beija-Flor fica na 8ª posição
Integrantes da Viradouro durante desfile no carnaval de 2024. Enredo falou sobre mulheres guerreiras e o culto ao vodun serpente - Foto: Bruna Prado / AP

A Unidos do Viradouro é a grande campeã do carnaval 2024 do Rio de Janeiro! A Vermelha e Branca de Niterói mostrou as serpentes que são objeto de culto na tradição africana. Em “Arroboboi, Dangbé”, o enredo pedia proteção à grande cobra mítica dos jejes.

Para diversos sistemas de crenças, como o da nação jeje, o réptil tem poderes de regeneração, vida, transformação e recomeço.

A Viradouro, a última das 12 escolas a desfilar, já na manhã de terça-feira (13), também detalhou as crenças voduns de povos africanos e na força das mulheres da Costa da Mina, uma poderosa irmandade de guerreiras.

Beija-Flor termina em 8º

Com o samba-enredo “Um delírio de Carnaval da Maceió de Rás Gonguila", a Beija-Flor de Nilópolis ficou apenas com o oitavo lugar na classificação geral do Grupo Especial das escolas de samba do Rio de Janeiro com 268,5 pontos, à frente apenas da Tuiuti (268,3), da Mocidade Independente de Padre Miguel (267,2), da Unidos da Tijuca (265,7) e da rebaixada Porto da Pedra (264,9).

Com a colocação, a Beija-Flor fica de fora também do desfile das campeãs, que acontece no sábado (17) com apenas as seis primeiras escolas de samba na classificação deste ano (confira abaixo).

Gabaritou os quesitos

A agremiação do Barreto liderou a apuração de ponta a ponta e, nas notas válidas, gabaritou os quesitos. Terminou com 270 pontos, ou 100% de aproveitamento. A vice, a Imperatriz Leopoldinense, ficou 7 décimos atrás, com 269,3.

Só houve 3 notas diferentes de 10, todas descartadas: 9,9 em alegorias, 9,9 em mestre-sala e porta-bandeira e 9,9 em enredo.

A Acadêmicos do Grande Rio ficou colada na Viradouro e dividiu a 1ª colocação até metade da apuração, quando começou a perder décimos em sequência.

Retornam no Sábado das Campeãs, nessa ordem:

Unidos de Vila Isabel (6º lugar)

Portela (5º lugar)

Acadêmicos do Salgueiro (4º lugar)

Acadêmicos do Grande Rio (3º lugar)

Imperatriz Leopoldinense (vice)

Unidos do Viradouro (campeã)

É o 3º título da Viradouro, todos no Sambódromo:

Trevas! Luz! A Explosão do Universo (1997)

Viradouro de Alma Lavada (2020)

Arroboboi, Dangbé (2024)

Recurso não interfere no título

Horas antes da apuração, representantes da Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, Mocidade e Beija-Flor enviaram à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) um ofício em que pediam punição à Viradouro por entenderem que houve uma irregularidade na comissão de frente.

As 4 escolas argumentaram que a Viradouro desfilou com mais de 15 integrantes na comissão de frente. O recurso, se aceito, não vai tirar o título de Niterói.

Nos últimos anos, praticamente todas as agremiações incrementaram o setor, que passou a ter um tripé ou um elemento cênico — uma espécie de carro alegórico com menores dimensões — que ajuda a contar a história, quase sempre com muitos efeitos especiais.

A comissão de frente tem 3 minutos de performance, geralmente casada com uma passagem do samba-enredo. A fim de agilizar essa apresentação, parte do elenco fica escondida dentro do tripé, que acaba servindo de coxia.

A escola pode levar quantos integrantes quiser para a comissão de frente, desde que apenas 15 estejam à mostra.

Como foi o desfile

A comissão de frente chamou a atenção com uma enorme serpente, que surgia entre o balé e deslizava pelo chão da Sapucaí.

O terceiro carro da agremiação, representando a proteção mística e lealdade, foi todo feito com ferro-velho do barracão.

A bateria do Mestre Ciça, que representou a Revolta dos Malês, incluiu o toque em atabaques em suas batidas. Erika Januza desfilou à frente dos ritmistas pelo terceiro ano consecutivo.

A escola iniciou seu desfile ainda na madrugada, usando alegorias que brilhavam no escuro. A outra metade da apresentação foi realizada já com o dia amanhecendo.