Brasil
'Foi uma morte muito violenta', diz delegado sobre aluna estuprada e morta em universidade
Delegado diz que depoimento do suspeito teve contradições desde o começo e que vítima já estava morta horas antes de chegar ao hospital
!['Foi uma morte muito violenta', diz delegado sobre aluna estuprada e morta em universidade](http://img.tribunahoje.com/ubYo6rcH0US9QRXXAHYLImKkFpc=/840x520/smart/s3.tribunahoje.com/uploads/imagens/janaina-1iesqz9bzazw2.webp)
"Foi uma morte muito violenta, esse tipo de coisa é um abusurdo, é algo que não podemos aceitar. Era uma moça simples, que vendia doces nas paradas de ônibus para se manter estudando na [Universidade] Federal", afirmou o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Costa, sobre a morte da estudante Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos.
![Thiago Mayson Barbosa teve prisão preventiva decretada - Foto: Reprodução/Redes Sociais Thiago Mayson Barbosa teve prisão preventiva decretada - Foto: Reprodução/Redes Sociais](http://s3.tribunahoje.com/uploads/tribunahoje/imagens/estudante2-1hbljhegg2qt5.webp)
Conhecido como Barêtta, o delegado reforçou em entrevista ao Terra que todas as provas colhidas até agora apontam para uma morte criminosa, diferente do que alega o suspeito, o estudante de mestrado em matemática Thiago Mayson da Silva Barbosa, que está preso pelo crime.
Thiago alega que fazia sexo consensual com a vítima, quando ela teria passado mal e ficado desacordada. No entanto, um laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que a jovem sofreu violência sexual e teve o pescoço quebrado.
Janaína morreu após uma festa de calouros na Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina, no último sábado, 28. Ela era estudante de Jornalismo e havia ingressado na instituição no 2º semestre de 2020.
De acordo com Barêtta, em seu depoimento, o suspeito também alegou que pediu ajuda aos seguranças por volta de 9h para socorrer a jovem, mas, investigações apontam que, na verdade, ele teria sido abordado por um segurança, que estranhou a situação.
"Ele, na verdade, estava saindo com a vítima nos braços quando foi parado e questionado pelo segurança, que perguntou o que estava havendo. Aí o segurança viu umas manchas de sangue na roupa da moça e imediatamente acionou os outros seguranças. Eles vieram e os levaram até o hospital, onde foi constada a morte e acionada a polícia".
Outras alegações de Thiago, segundo o delegado, "não fizeram sentido durante seu depoimento". Dentre estas, a de que, em nenhum momento, o rapaz pensou em acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Além disso, a vítima apresentava hematomas pelo corpo.
"Quando a jovem chegou ao hospital, o corpo clínico constatou que ela já estava sem vida fazia horas, já estava inclusive fria. No depoimento do indiciado pelo autor do crime, ele citou um amigo, que também é estudante. Ele diz que por volta de 4h tentou contato com ele pedindo ajuda, porque a menina estava passando mal. No entanto, o amigo disse que não foi [ajudar] porque estava muito embriagado, dormindo. Aí, [o suspeito] diz que por volta das 5h pediu ajuda de novo, mas que o amigo também não foi", disse o delegado.
Porém, para a autoridade policial, a alegação já causa estranheza. "Mas, se você está com uma pessoa passando mal, o certo é ligar para o Samu. Essa alegação dele, como um mestrando em Matemática da Universidade Federal, em uma cidade que tem um sistema de saúde muito grande, é imcompreensível".
A polícia ainda levanta se o suspeito tem antecedentes criminais. O delegado solicitou que o legista indique o horário aproximado da morte da jovem nos próximos exames periciais e que sejam feitos também exames toxicológicos.
Segundo a autoridade policial, as investigações apontam, até o momento, que o estudante agiu sozinho, mas nenhuma hipótese será descartada. "Até agora foi feito um levantamento minucioso no local onde houve o evento festivo e no local específico onde a moça morreu. Lá foi encontrado um colchão com bastante sangue e uma mesa com sangue", explicou.
O delegado também destaca que possíveis outras vítimas do suspeito podem denunciar pelo telefone 181. "Levantamos uma cadeia de evidências provando que houve crime. A causa da morte foi parada cardiorespiratória, causada pela quebra do pescoço. O inquérito está sendo bem instruído e com certeza esse indíviduo não ficará na impunidade por inércia da Polícia Civil de Piauí", afirmou.
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