Brasil
Quem são as vítimas do ataque a escolas em Aracruz, no Espírito Santo
Vítimas estavam em escola estadual e particular invadidas por atirador no bairro Coqueiral de Aracruz, no litoral Norte do estado
As vítimas do ataque a tiros que deixou quatro mortos e 12 feridos em duas escolas em Coqueiral de Aracruz, no litoral Norte do Espírito Santo começaram a ser identificadas.
Segundo a polícia, o assassino é um adolescente que estudou na escola. Ele foi apreendido durante a tarde.
Os mortos identificados até a última atualização são três professoras da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti e uma aluna da escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral.
Veja quem são as vítimas:
Mortos
Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos: era professora de alfabetização e morava no bairro São José, na região central do município de Aracruz. Ela seguia para o trabalho todos os dias de ônibus. A professora era casada há 18 anos e deixa três filhos menores de 16 anos. Formada em técnica de laboratório, Maria da Penha trabalhou durante muito tempo no hospital da cidade, mas segundo a irmã sempre sonhou em ser professora.
"Ela morreu no lugar que mais amava, dentro da escola, mas não merecia morrer desta forma tão trágica, ainda estou sem chão. Minha irmã era uma pessoa incrível", declarou Santilha Pereira de Melo Perovani.
Selena Zagrillo, 12 anos: era estudante do 6º ano da escola particular atacada. Selena foi umas das três vítimas que morreram ainda no local do ataque. O pai de Selena chegou na escola momentos depois do ataque e tentou socorrer a menina e outros alunos, mas Selena não resistiu. Aos prantos, a mãe de disse que perdeu a filha para o ódio.
"A minha filha sempre foi luz e amor, e eu perdi a minha filha para o ódio", lamentou Thais Sagrillo Zucoloto.
A mãe contou que a menina estudava seus últimos dias na unidade, porque iria se mudar para a Bahia com a família. A mãe, não estava no Espírito Santo no dia do crime. Pouco tempo antes do ataque, Selena recebeu um certificado de reconhecimento pelo bom desempenho como aluna.
"Não sei como eu vou seguir sem ela. Perder um filho é uma dor que ninguém está preparado. Nenhuma mãe, nenhum pai. Só Deus pra me dizer como eu vou seguir de agora em diante", desabafou a mãe de Selena.
Cybelle Passos Bezerra, 45 anos: era professora e trabalhava na Escola Primo Bitti. Ela era natural de Pernambuco e havia se mudado para Aracruz poucos meses antes do ataque.
Alunos e colegas de trabalho informaram que Cybelle era professora de matemática. A família decidiu não realizar o velório de Cybelle no Espírito Santo. O corpo dela foi cremado e as cinzas foram levadas para a terra natal da professora.
Flavia Amoss Merçon Leonardo - 38 anos: era professora e trabalhava na Escola Estadual Primo Bitti. Flávia deu entrada na sexta-feira (25) no Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra, em estado grave. Neste sábado, o estado de saúde dela evoluiu para gravíssimo. À tarde, a Secretaria de Saúde confirmou a morte da professora.
Feridos
Thais Pessotti da Silva - 14 anos: a estudante foi baleada na cabeça e deu entrada em estado grave no Hospital Infantil de Vitória. Até a última atualização da Secretaria de Saúde, a adolescente havia sido operada e seguia intubada em estado grave na UTI. Foi a família de Thais que confirmou que a adolescente é uma das baleadas.
Ao g1, Almir Rogério da Silva, pai de Thais, disse que a filha reagiu bem a cirurgia. Almir afirmou que não conseguia acreditar que a filha era uma das vítimas.
"Receber a notícia foi desolador, inacreditável, situação que ninguém merece passar. Notícia que nos tira o chão. Fiquei estraçalhado, arrasado, sem acreditar", contou.
O atentado
O ataque a duas escolas deixou quatro mortos e outros 12 feridos em Aracruz, nesta sexta-feira (25). O assassino foi apreendido pelas equipes de segurança no início da tarde, segundo o governador Renato Casagrande (PSB), que decretou luto oficial de três dias "em sinal de pesar pelas perdas irreparáveis".
Os disparos aconteceram por volta das 9h30 na Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular que fica na mesma via, em Praia de Coqueiral, a 22 km do centro do município. Aracruz, onde o ataque aconteceu, fica a 85 km ao norte da capital.
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