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Quem são, onde morreram e o que dizem famílias e polícia sobre os 27 mortos

Relatório de inteligência detalha acusações. G1 reuniu relatos de parentes e amigos sobre 14 supostas execuções na comunidade; a polícia nega qualquer irregularidade.

Por G1 14/05/2021 13h04
Quem são, onde morreram e o que dizem famílias e polícia sobre os 27 mortos
Reprodução - Foto: Assessoria

A operação que resultou em 28 mortes no Jacarezinho, incluindo a de um policial civil, completou uma semana na quinta-feira (13).

O pontapé de partida da investigação ocorreu no ano passado, quando policiais militares apreenderam fotos de traficantes e o caso foi remetido à Polícia Civil. A partir daí, foram feitas buscas em redes sociais e o Ministério Público pediu 21 prisões, com base nas imagens da internet.

No ação do dia 6 de maio, três deles foram presos e outros quatro foram mortos. A polícia diz que todos os outros mortos entraram em confronto com os agentes.

A Defensoria Pública alega que há indícios de execuções e o Ministério Público investiga o caso. O G1 reuniu relatos de parentes de 14 mortos. Eles afirmam que seus parentes foram assassinados, em alguns casos mesmo após terem sido baleados e se entregado -- a polícia nega qualquer execução e diz que colabora com as investigações.

Em um relatório de inteligência , a Polícia Civil informou que 25 dos 27 mortos no Jacarezinho tinham antecedentes criminais. O documento deu detalhes sobre as acusações feitas aos 27 mortos. (Veja abaixo)

Rodrigo Pacheco, defensor público geral do Estado, avaliou que essa informação é "irrelevante".

"A Constituição da República proíbe pena de morte e determina que a pessoa que pratica crime seja processada, tenha direito à defesa e seja julgada por um juiz isento e imparcial", disse Pacheco em entrevista à GloboNews. "Por isso, eu vejo com muita preocupação quando a gente mistura, para tentar justificar um grande número de mortes, o fato de todos terem antecedentes criminais, (ou) condenações.”

Desde junho do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determina que as polícias só podem realizar operações em favelas em casos "absolutamente excepcionais".

A cena do crime, segundo o ministro Edson Fachin, deve ser preservada, evitando a "remoção indevida de cadáveres sob o pretexto de suposta prestação de socorro". Dos 27 mortos, 26 já chegaram sem vida a diferentes hospitais do Rio.

O boletim de atendimento médico de cinco vítimas revelou detalhes do atendimento no hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador. As lesões indicam "faces dilaceradas", "dilacerações", ferimentos em membros inferiores compatíveis com disparos de arma de fogo e "desvios ósseos em membros superiores".

Policial morto

Na operação, o primeiro a morrer foi o policial civil André Frias. O policial foi atingido na cabeça logo após o início da operação. Ele deixou a esposa e um enteado.

Policial civil André Frias, morto na operação desta manhã de quinta-feira (6), no Jacarezinho, Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução

Segundo a Polícia Civil, Frias foi baleado após descer do caveirão para tirar uma barricada na entrada do Jacarezinho. O inspetor deixou esposa, um enteado de 10 anos e a mãe, que sofreu um AVC há três anos e vive sobre uma cama.

O secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, afirmou que a reação da polícia depende da ação dos criminosos, mas disse que haverá cooperação com o Ministério Público, que criou uma força-tarefa para investigar o caso. Por fim, pediu que não haja conclusões antes do fim da investigação:

"A transparência vai ser absoluta. O que a gente não pode é concluir antes de investigar. A investigação que vai levar a dizer ou não se houve execução. A investigação vai dizer se houve eventual massacre e chacina como foi dito"", disse ele.

Os 27 mortos

1. Bruno Brasil (Bruninho)

Bruno Brasil, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Bruno Brasil aparece em um relatório de inteligência da Polícia Civil sobre a operação no Jacarezinho como suspeito por associação para o tráfico de drogas e também com passagens pelo tráfico de drogas. Ficou preso de 2002 a 2005. Foi morto na rua do Areal.

Ao "Extra", a viúva de Bruno diz que ele foi executado.

"Meu marido não era bandido. Era trabalhador, mas estava desempregado. Ele saía todo dia de madrugada para comprar água e doces no mercado para vender na rua. Era como ele sustentava a casa. Ele estava saindo de casa quando os policiais o pegaram no Beco da Zélia, levaram para uma casa e deram um tiro na cabeça."

2. Caio Da Silva Figueiredo (Di Galo)

Caio da Silva Figueiredo, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Menor de idade, ele faria 18 anos no dia 31 de maio. Caio não tinha antecedentes criminais, segundo a Polícia Civil. Foi um dos três mortos na Travessa do Areal.

Segundo a polícia, a irmã prestou depoimento e disse que soube da morte pelo WhatsApp através de amigos. De acordo com o depoimento, ele era morador de Paracambi e conheceu, há alguns meses, moradores do Jacarezinho, para aonde foi há cerca de um mês.

Ainda de acordo com a polícia, a irmã teria dito que o irmão é usuário de drogas.

3. Carlos Ivan Avelino Da Costa Junior (Bracinho)

Carlos Ivan, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Foi morto no Campo do Abóbora, no Jacarezinho. Já havia sido preso por tráfico de drogas em 2015. Na ocasião, segundo a polícia, ele foi pego com 121 embalagens de cocaína, um rádio comunicador e R$ 35. Estava em Triagem, na Zona Norte, e tentou fugir da polícia correndo, desarmado.

A mãe de Carlos prestou depoimento, afirmando que o filho morava na rua e era viciado em drogas havia quatro anos. Ela disse que não sabia de sua participação com o tráfico de drogas, embora já tivesse sido preso.

4. Cleyton Da Silva Freitas De Lima (Sabará)

Cleyton, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Aparece em mensagens de redes sociais como integrante do tráfico de drogas do Jacarezinho. Após a morte, faixas homenageiam seu nome dentro da comunidade, segundo as investigações da Polícia Civil. O registro de ocorrência aponta que ele foi morto na Rua Darci Vargas.

A mulher de Cleyton afirma que ele foi assassinado e criticou a operação, em entrevista ao site "Metrópoles".

"Eles foram para matar. Falei com meu marido no telefone ainda vivo. Ele estava com tiro na perna e depois apareceu morto com quatro. Nunca vi uma operação assim”, disse ao portal.

Familiares afirmam que souberam que o parente foi baleado e tentaram ir ao local, mas foram impedidos pela polícia. No reconhecimento do corpo, ele tinha perfurações no ombro e no abdômen.

5. Diogo Barbosa Gomes (Descontrolado ou Petrolino)

Diogo Barbosa Gomes, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Em postagens e fotos de redes sociais, Diogo aparece segurando um fuzil. Tem passagens por desacato e desistência. Foi um dos sete mortos na rua do Areal, próximo ao Pontilhão.

A equipe de reportagem não conseguiu contato com familiares.

6. Evandro Da Silva Santos (Playboy)

Evandro, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Preso em 2013 por porte ilegal de arma de fogo, já tinha passagem na polícia por uso de entorpecentes. Tinha 49 anos. Foi um dos sete mortos na rua do Areal, próximo ao Pontilhão.

A equipe de reportagem não conseguiu contato com familiares.

7. Francisco Fábio Dias Araújo Chaves

Francisco, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Foi preso em 2017 por tráfico de drogas e conseguiu a liberdade em 2020. Foi um dos três mortos na Travessa do Areal.

Familiares dizem que viram Francisco sendo levado em um caveirão com um tiro na mão. Pouco depois, os parentes foram avisados que ele tinha sido morto.

Ao "Extra", disseram que ele foi morto a facadas. A Polícia Civil informou que as perícias descartaram ferimentos por faca.

Antes disso, ainda de acordo com o relato, Francisco estava em uma casa com cerca de 10 pessoas. O primeiro que tentou se render foi executado e, depois disso, os demais fugiram, contaram parentes.

À polícia, a mulher de Francisco disse que ele estava trabalhando como entregador de uma pizzaria havia quatro meses.

Segundo o depoimento, ele saiu para comprar maconha e, pouco depois, começou o confronto. Francisco, então, fugiu na direção em que foram os traficantes e entrou em contato com a mulher.

Ela diz que foi informada de sua localização e encontrou a casa onde ele estava. "Quando chegou, (ela) presenciou diversos corpos e dois presos vivos, sendo um dos vivos o Francisco", disse a viúva em depoimento, segundo a polícia.

8. Guilherme De Aquino Simões

Guilherme, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Tinha 35 anos. Foi um dos cinco mortos na Travessa Santa Laura, no Jacarezinho, durante a operação.

No enterro, a família não quis falar com a imprensa. A polícia diz que, em depoimento, a namorada de Guilherme confirmou que ele pertencia ao tráfico de drogas, onde seria "soldado" havia um ano.

9. Isaac Pinheiro De Oliveira

Isaac, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Isaac tinha um mandado de prisão em aberto por associação ao tráfico de drogas. Aparece em fotos portando fuzil e vestindo acessórios táticos, segundo relatório policial. Foi morto em uma casa na Rua São Manoel, junto com Richard Gabriel da Silva Ferreira.

Ao "O Globo", a avó de Isaac diz que criou o rapaz desde a infância, quando ele perdeu a mãe, e que ele se envolveu com más companhias.

"Hoje deveria ser um dia de festa. Sei que ele estava envolvido com coisa errada, mas não era esse chefão que estão dizendo. Era desses garotos que eles (os traficantes) pegam para vender coisa."

Em depoimento à polícia, a irmã da vítima disse que ele já tinha sido apreendido e era usuário de drogas. No documento consta também que ele não trabalhava, nem estudava e tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

10. John Jefferson Mendes Rufino Da Silva

John, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Tem uma passagem pela polícia por ameaça. Foi um dos sete mortos na Travessa do Areal. A tia da vítima diz que, antes de ser morto, ele trocou mensagens com a irmã. Ele diz que estava encurralado e pedia orações.

"E daí se ele tinha envolvimento ou não? Tinha que pegar, levar e prender. Não matar. Mãe nenhuma pare traficante, não. Mãe pare gente e mãe nenhuma merece isso", disse a parente.

11. Jonas Do Carmo Santos

Jonas, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Jonas do Carmo foi preso em prisão albergue domiciliar. Segundo a Polícia Civil, tinha passagens por receptação e porte de arma de uso restrito. Foi um dos cinco mortos na Travessa Santa Laura, em confronto com a polícia, de acordo com o relatório da inteligência.

A família diz que ele saiu de manhã para ir a uma loja de construção e comprar pão. Os parentes também suspeitam de execução.

"O meu marido foi baleado na perna, chorou, pediu ajuda, mas eles mataram o meu marido", disse a viúva ao "Extra".

Ainda segundo familiares, ele tinha tornozeleira eletrônica e já havia cumprido a pena. A viúva diz que houve desfazimento da cena do crime e que a tornozeleira não foi encontrada.

Após deixar a prisão, Jonas teria passado a trabalhar como ajudante de pedreiro, de acordo com os relatos.

12. Jonathan Araújo da Silva

Jonathan, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Tinha 18 anos e passagens como menor em conflito com a lei por tentativa de furto a um banco. Foi morto, segundo a polícia, dentro de uma residência na Travessa João Alberto, no Jacarezinho.

Familiares relataram ao "UOL" que ele era entregador de mercado, queria se alistar nas Forças Armadas e morreu a caminho da casa da namorada.

13. Luiz Augusto Oliveira De Farias (Índio do Mandela ou DJHOW)

Luiz Augusto, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Ficou preso entre 1998 e 2001 por tráfico de entorpecentes e uso de entorpecentes. Foi um dos seis mortos na Travessa Santa Laura, em confronto com a Polícia.

A equipe de reportagem não conseguiu contato com familiares.

14. Márcio da Silva Bezerra

Marcio, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Márcio da Silva Bezerra era considerado foragido do sistema penitenciário. Tinha passagem por crimes ligados ao tráfico de drogas.

Ao "Metrópoles", a mãe de Márcio descreveu a operação como um "massacre" e pediu justiça. Ele deixa três filhos, inclusive um bebê de 8 meses.

À polícia, ela disse que não pôde ver o corpo do filho. A mãe relatou que ele estava desempregado e que fazia "bicos".

15. Marlon Santana de Araújo

Marlon, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Teve passagem por porte de drogas. Foi um dos sete mortos na Rua Areal, próximo ao Pontilhão, local com maior número de mortos durante a operação no Jacarezinho.

Segundo um parente, ele era mototaxista e as mortes das vítimas foram criminosas.

“Eu nunca vi uma operação dessas. Não foi uma operação, foi assassinato. Operação não é assim. Assassinaram, mas poderiam ter sido presos”, disse.

O tio de Marlon diz que ele ficou encurralado em uma casa onde vários corpos foram encontrados.d"Ele ligou para a minha irmã umas 8h20 falando que estava preso na casa, que não conseguia sair. Depois, umas 8h30, ele mandou uma mensagem com a voz bem baixinha dizendo: 'Mãe, ora por mim'", dizia a mensagem.

Para os parentes, as mensagens mostram o horário provável da execução.

16. Matheus Gomes dos Santos

Matheus, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

As imagens de Matheus morto em uma cadeira plástica viralizaram nas redes sociais, com o dedo na boca. Parentes dizem ao “Globo” que ele foi colocado naquela posição para que os policiais tirassem uma foto.

“Fizeram pra esculachar meu amigo. Eles são assim.”, disse um colega ao jornal.

Circunstâncias de foto de morto em cadeira serão apuradas, diz polícia — Foto: Redes Sociais

No registro de ocorrência, não há registro de que alguma arma tenha sido apreendida com ele. Em fotos do relatório de inteligência, ele aparece portando fuzil.

Tinha antecedentes como menor em conflito com a lei e por furto a transeunte. Morreu no Beco da Síria.

17. Maurício Ferreira da Silva (Magneto)

Mauricio, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Saiu da cadeia em 2017 após quatro anos de prisão. Tinha passagem por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Foi um dos seis mortos na Travessa Santa Laura, em confronto com a polícia.

18. Natan Oliveira de Almeida

Natan, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Segundo a polícia, ele não tinha antecedentes criminais. Aparece em prints com homenagens de moradores da comunidade suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Foi morto na Rua Darci Vargas, de acordo com o registro de ocorrência, em confronto.

Natan teria entrado no caveirão vivo, segundo parentes, e sido morto em seguida.

“Não vou negar que ele vendia droga e fumava maconha, atuava como vapor, mas ele não resistiu à prisão, nem trocou tiros com a polícia. Muitos moradores viram ele se entregando, dizendo que 'perdeu', e entrando no caveirão vivo, sem estar baleado. Só que ele morreu com um tiro no estômago”, disse o padrasto ao "O Globo".

Ele deixa uma filha de 10 meses.

19. Omar Pereira da Silva

Omar, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Omar Pereira da Silva foi preso em 2018 e conseguiu a liberdade provisória em 2019. Tinha passagens por crimes de tortura e roubos em ônibus. Foi morto no Beco da Síria. Segundo a polícia, teria atirado e jogado uma granada contra os policiais.

Testemunhas negam a versão policial e dizem que o suspeito estava desarmado e ferido quando foi encontrado pela polícia em uma casa na favela.

A vítima estava no local para se esconder, quando o imóvel foi invadido e a vítima assassinada, segundo os relatos. Uma menina de 9 anos, que mora na casa, presenciou a cena e está traumatizada.

“Ele só disse: 'Me ajuda, pelo amor de Deus'. Ele não estava armado e só pediu uma toalha para cobrir o ferimento”, relata uma moradora ao "UOL".

Testemunhas dizem que ele já foi levado morto pela polícia, o que aponta para indícios de desfazimento da cena do crime.

Omar deixa uma namorada, com quem tinha um filho de 1 ano de idade.

20. Pablo Araújo de Mello

Pablo, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Preso por roubo a transeunte, ficou em prisões dominadas pela facção que atua no Jacarezinho. Estava em liberdade desde 2018. Foi um dos sete mortos na Rua Areal, próximo ao Pontilhão.

A mãe viu, em imagens da TV, o filho pulando uma laje de uma casa para outra. Ele vivia com uma namorada, com quem tem uma filha de um ano e meio.

Segundo o depoimento, a mãe informou que sabia que ele esteve envolvido "com coisa errada".

21. Pedro Donato de Sant'ana

Pedro, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Tem passagens por furto e roubo a transeunte, além de furto a estabelecimento comercial. Pedro foi um dos dois mortos na Travessa da Rua do Areal, no Jacarezinho.

A família afirma que Pedro foi executado e que foi levado ao hospital morto.

"Ele estava lá na hora errada. Tentou se render, mas os policiais não quiseram. [Os policiais] mataram porque eles foram para matar, não foram para prender ninguém", lamentou a mãe de Pedro ao "UOL".

Ele deixa dois filhos: um menino de 3 anos e uma menina de 6 meses, segundo a reportagem.

22. Ray Barreiros de Araújo

Ray, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Possui passagem como adolescente infrator por tráfico de drogas. Foi morto no Beco da Zélia em confronto com a Polícia Civil, de acordo com o registro de ocorrência.

Ao UOL, a mãe do jovem não quis se identificar e disse que ele foi assassinado. Amigo de Pedro Donato de Sant’Ana, ele teria ido ao local para comprar drogas, segundo ela.

"Eles correram para se esconder, porque a polícia entrou e eles estavam com medo. Eles não estavam armados, porque não eram bandidos. [Os policiais] não pediram identidade, não perguntaram se eles trabalhavam."

23. Richard Gabriel da Silva Ferreira

Richard, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Foi morto em uma casa na rua São Manoel, junto com Isaac Pinheiro de Oliveira. Era um dos que eram procurados, com mandado de prisão pedidos pela investigação da DPCA. Aparece em diversas fotos com suspeitos de envolvimento com o tráfico.

Foi morto junto com Isaac, na mesma casa. A mãe afirmou ao "Extra" que ele foi executado.

"A polícia diz que era operação de combate. Mas não tinha objetivo algum que não fosse matar com crueldade. Meu filho e outros foram pegos vivos, eles se entregaram."

24. Rodrigo Paula de Barros

Rodrigo, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Rodrigo tem passagens por tráfico de drogas, roubos e furtos de estabelecimento comercial, entre 2010 e 2016. Estava em regime semiaberto e foi um dos dois mortos na localidade indicada como Valão.

A família de Rodrigo Paula de Barros, de 31 anos, afirma que ele já teve envolvimento com o tráfico, mas estava afastado há um ano e seis meses procurando emprego.

Segundo os parentes, Rodrigo foi baleado quando passeava com a cachorra na rua, por volta das 6h. Ele deixa dois filhos.

25. Rômulo Oliveira Lúcio

Rômulo, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Aparece em fotos com fuzil e pistola no relatório de inteligência da polícia civil. Foi um dos cinco mortos na travessa Santa Laura.

A mulher de Rômulo, Thaynara Paes, diz que ele se entregou à polícia mas foi executado.

"Os policiais entraram dentro da casa e ele se rendeu. Ele [o policial] falou 'perdeu'. Ele já tinha se perdido. Só se rendeu. (...) Eles pegaram ele vivo e ele foi executado a facadas", afirmou.

Os investigadores afirmam que não identificaram ferimento de arma branca em nenhum corpo.

A viúva relata que o marido de 29 anos estava na condicional. Em regime semiaberto, ele era alvo de um novo pedido de prisão preventiva.

26. Toni da Conceição

Toni, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Toni estava preso em regime semiaberto e estava podendo fazer visitas periódicas à família. Foi preso por roubo a transeunte e foi um dos sete mortos na Rua do Areal, próximo ao Pontilhão.

A equipe de reportagem não conseguiu contato com familiares.

27. Wagner Luiz Magalhães Fagundes

Wagner, morto em operação no Jacarezinho — Foto: Reprodução

Preso por receptação, Wagner foi um dos sete mortos na rua do Areal, próximo ao Pontilhão. À polícia, a mãe de Wagner disse que não via o filho há três anos e que ele era usuário de drogas. Ela não soube dizer com certeza se o filho morava no Jacarezinho.