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Mãe de Miguel Otávio: 'que a morte do meu filho não fique impune'

Menino de 5 anos foi deixado sozinho em elevador por Sarí Corte Real, patroa de sua mãe; no 'Encontro', Mirtes Renata de Souza desabafou ao contar a dor que sente pela perda do filho e relatou o que aconteceu no dia do ocorrido

Por Encontro com Fátima 05/06/2020 12h35
Mãe de Miguel Otávio: 'que a morte do meu filho não fique impune'
Reprodução - Foto: Assessoria

Miguel Otávio, de 5 anos, morreu na última terça-feira, 2/6, após cair do nono andar do prédio da patroa de sua mãe em Tamandaré, Pernambuco. O menino foi deixado sozinho no elevador por Sarí Corte Real depois de chorar à procura da sua mãe, Mirtes Renata de Souza, que havia saído para passear com o cachorro dos patrões e deixado o filho sob os cuidados da patroa. Miguel subiu até o nono andar do prédio, se perdeu no local e acabou caindo de uma altura de 35 metros. No Encontro, Mirtes relatou como está sendo os últimos dias desde o acidente e disse que quer justiça pelo filho:

“Eu venho orando por mim e pela minha mãe para que a gente tenha força para fazer justiça, para que a morte do meu filho não fique impune".

Desde o dia do falecimento do filho, Mirtes não consegue repousar:

"Não estou conseguindo dormir no meu quarto porque quando eu olho para a cama do meu filho e vejo que ele não está aqui a dor aumenta mais ainda. Ele é a minha vida, eu não sei o que vai ser da minha vida sem ele". "Aquilo doeu tanto, eu perdi o meu filho por falta de paciência. Por uma questão de 10 minutos, ela não teve paciência com o meu filho". A terça-feira

Mirtes relatou para Fátima Bernardes o último dia com o filho no local de trabalho. Ela contou que a patroa precisava sair para buscar a mãe no aeroporto e precisava de alguém para tomar conta da filha dela. Como não tinha com quem deixar Miguel, ela o levou para o apartamento de Sarí:

"Terça-feira, a minha mãe precisava sair para resolver umas questões no banco. Aí, eu levei o meu filho para o trabalho, ela [a patroa Sarí] nunca tinha tido problema com o meu filho".

Mirtes ficou com as crianças no apartamento até que Sarí voltasse. Quando a patroa voltou, saiu para passear com o cachorro da família e deixou Miguel sob a responsabilidade dela:

"Eu sai quando voltei o encarregado do prédio disse que alguém tinha caído, chegou a me dar um aperto no coração. Nisso a gente foi no L [térreo] e quando chego lá vi o meu filho".

Mirtes relata que o filho ainda estava vivo e respirava pela boca. Ele foi socorrido, chegando ao hospital ainda com vida.

Depois do enterro "Depois que eu enterrei o meu filho, cheguei em casa e eu recebi o vídeo. Eu liguei pra ela. Ela disse que não apertou o botão e que ia provar. Mas ela deixou o meu filho dentro do elevador, em perigo.Ela não teve a capacidade de segurar a mão do meu filho e tirar ele daquele elevador. A única coisa que ele queria era a mim, ela não teve paciência. Eu sempre tive paciência com a dela e ela não teve com o meu filho". O outro lado

Sarí Corte Real também é primeira-dama de Tamandaré. Ela foi presa em flagrante depois da morte de Miguel e liberada ao pagar uma fiança de 20 mil reais. A patroa de Mirtes responde pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ela também teve a identidade protegida e só após um desabafo de Mirtes que o público tomou conhecimento de quem se tratava.

A delegacia responsável pelo caso explicou em nota que, embora que Sarí estivesse na função de cuidar da criança, ela não teve intenção de matar. A causa da morte foi acidental.