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Jovem morta a tiros pediu medida protetiva 15 dias antes do crime, diz polícia de SP

Adrielli Rodrigues de 22 anos foi baleada após sair da delegacia em São Manuel, onde registrou um boletim de ocorrência por causa do descumprimento da medida. Suspeito teve a prisão preventiva decretada.

Por G1 17/11/2019 16h19
Jovem morta a tiros pediu medida protetiva 15 dias antes do crime, diz polícia de SP
Reprodução - Foto: Assessoria

A jovem Adrielli Rodrigues, de 22 anos e que foi morta com quatro tiros no peito pelo ex-namorado, em São Manuel (SP), tinha pedido medida protetiva contra o suspeito 15 dias antes do crime, segundo o delegado responsável pelo caso, Lourenço Talamonte Netto.

A vítima foi baleada na última quinta-feira (14) após sair da delegacia e registrar queixa contra o ex-namorado Cristiano Gomespor descumprimento da medida protetiva concedida a ela dias antes.

Ela estava em uma moto, quando foi atingida pelos disparos na quadra 1 da Rua Francisco da Cruz Mellão. Adrielli chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. No sábado (16), ela foi enterrada no Cemitério Municipal.

"Ela resolveu romper o relacionamento nos últimos quinze dias, chegou a fazer um boletim de ocorrência dia 30 de outubro, pediu uma medida protetiva contra ele e foi concedida a medida para ela. Só que mesmo assim ele continuava, segundo ela, a perturbando", lembra o delegado.

O suspeito foi preso na sexta-feira (15), escondido em uma casa em São Manuel. Ele teve a prisão preventiva decretada e confessou o crime aos policiais. Além disso, Cristiano disse que estava arrependido e atribuiu à vítima a culpa do assassinato, informando que "ela estragou a vida dele".

O caso foi registrado como feminicídio e ele segue detido na cadeia de Itatinga. Se condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

Ainda segundo o delegado, no dia do crime Adrielli tinha acabado de sair da delegacia e registrado um boletim de ocorrência em razão do descumprimento da medida protetiva. "Ele foi notificado e estava sabendo que não podia se aproximar", explica o delegado.

"Ela alegou que ele não estava cumprindo a medida, mas ela não tinha provas. Então foi feito boletim de ocorrência. A delegada tomou as providências que cabiam no momento. Nesse caso, cabe uma prisão preventiva, só que o Judiciário teria que analisar primeiro", informa o delegado.

Com isso, os procedimentos legais foram feitos, mas cerca de 40 minutos após o registro, Adrielli foi baleada.

Avisou sobre perseguição

Minutos antes de ser assassinada, a jovem chegou a mandar uma foto do ex-namorado à mãe como uma prova de que Cristiano a estava perseguindo. "Ele arrancou um pedaço de mim", lamenta a mãe de Adrielli, Kate Cilene Roberta da Cruz.

"Ela era a coisa mais importante da minha vida. Mas, eu quero olhar para frente, lembrar dela como a menina maravilhosa que ela era, extrovertida, sempre feliz”, desabafa a mãe.