Brasil
Pesquisas indicam que o vírus mayaro está circulando no RJ e no interior de SP
Doença é transmitida pela picada de mosquito Haemogogos, que vive na mata. Preocupação é que ele possa se adaptar e ser transmitido também pelo Aedes aegypti.
Duas pesquisas divulgadas neste mês apontam evidências de que o vírus da febre de mayaro já está circulando no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo.
Descoberto em 1955, o vírus é transmitido pelo mosquito silvestre Haemagogus janthinomys, é endêmico (tem presença contínua) na Amazônia. A preocupação dos especialistas é que o mayaro se adapte ao meio urbano e passe também a ser transmitido pelo Aedes Aegypti, vetor de doenças como a dengue, zika e chikungunya.
Os sintomas da febre do mayaro são semelhantes aos da chikungunya. Não há vacina para nenhuma das doenças.
Para Amílcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, onde o estudo sobre o mayaro no Rio foi realizado, o esforço de prevenção deve se concentrar no combate ao mosquito.
O Ministério da Saúde afirma que não há casos registrados da febre mayaro no país. O órgão ressalta, no entanto, que o diagnóstico de mayaro pode ser confundido com o de chikungunya.
No Rio de Janeiro, onde há evidências de que o mayaro contaminou três pacientes, a incidência da chikungunya aumentou.
De janeiro até o início de maio de 2018, foram 106 casos prováveis de chikungunya a cada 100 mil habitantes. Em 2019, no mesmo período, a taxa ficou em 121,8 casos prováveis a cada 100 mil habitantes - aumento de quase 15%.
Em números absolutos, o estado do Rio já registrou 20,9 mil casos prováveis de chikungunya até 4 de maio de 2019. No mesmo período de 2018, o número era de 18,2 mil.
Enquanto surgem evidências sobre o mayaro, casos de dengue e zika continuam a crescer no país.
Houve um aumento de 403,7% nos casos prováveis de dengue neste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo o Ministério da Saúde. A maior incidência é no estado de Minas Gerais, com 1 mil casos a cada 100 mil habitantes.
Já a zika teve aumento de 7,3%. O estado com maior incidência é o Tocantins, com 46,3 casos a cada 100 mil habitantes.
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