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Turista catarinense morta em Arraial do Cabo foi estuprada, aponta laudo

Matheus Augusto da Silva de 22 anos foi ouvido na manhã deste sábado (15) em Arraial do Cabo e apresentou contradições, segundo a polícia

Por G1 / RJ1 15/12/2018 19h53
Turista catarinense morta em Arraial do Cabo foi estuprada, aponta laudo
Reprodução - Foto: Assessoria
Um exame comprovou que a turista catarinense, Fabiane Fernandes, de 30 anos, foi vítima de violência sexual antes de ser morta em trilha de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio. A informação foi divulgada pela polícia neste sábado (15). Anteriormente, a polícia já havia informado que a vítima teve todos os ossos da face quebrados e morreu por traumatismo cranioencefálico. A polícia trabalha com a hipótese de que ela tenha sido morta a pedradas. Fabiane desapareceu em 18 de novembro e o corpo dela foi encontrado após três dias de buscas. Segundo a polícia, ela estava sem roupas e com lesões na cabeça e no corpo. O depoimento O suspeito de ter cometido o crime, Matheus Augusto da Silva de 22 anos, preso na sexta-feira (14) em São Paulo, foi encaminhado para a 132ª delegacia de Arraial e ouvido na manhã deste sábado (15). Segundo o delegado Renato Mariano, que investiga o caso, o suspeito estava nervoso e negou as acusações, mas apresentou contradições no depoimento. "Ele nega a todo momento. Porém, durante as declarações ele fornece alguns detalhes contraditórios e nós temos nos autos bastante elementos que levam a ele", disse Renato. O delegado disse que testemunhas ouvidas durante a investigação revelaram que Matheus teve um comportamento suspeito após o desaparecimento da vítima. "Na cidade de Cabo Frio, que é a cidade vizinha por onde ele deixou a região, ele foi visto em atitudes de muito nervosismo e com diversas marcas de arranhão nos braços, o que levantou suspeitas a ponto dos próprios funcionários da rodoviária nos auxiliarem com informações sobre o caso", afirmou o delegado. Segundo Renato, a mãe do suspeito também chegou a ligar para um amigo dele, que estava em Arraial do Cabo, perguntando o motivo pelo qual o filho tinha chegado "tão nervoso" em São Paulo. O delegado revelou que um artesão que dividia o acampamento com Matheus não estava no local no momento do crime e, por isso, não está sendo investigado pela participação na morte de Fabiane. Ainda durante a entrevista, o delegado disse que analisou o celular da vítima e contou que uma foto foi tirada no local do acampamento. "Nós percebemos que ela fez diversas selfies e a única fotografia onde uma segunda pessoa fez, produziu, foi exatamente no local do acampamento", afirmou. A polícia também considerou o fato de um cão farejador que atuou nas buscas do corpo da turista ter indicado os pertences de Matheus como se tivesse encontrado a vítima. Ainda de acordo com o delegado, Matheus alegou que tem transtornos mentais. O suspeito pode ser submetido a exames de perícia médica. Registro antes do desaparecimento Uma foto feita por um grupo de trilheiros mostra Matheus na trilha onde o corpo da turista foi encontrado, um dia depois do desaparecimento dela. O corpo da turista foi encontrado dois dias depois da foto. Segundo o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) Gilberto de Aquino, o rapaz confirmou que estava perturbado porque teve um desencontro amoroso com uma pessoa e, por isso, deixou a cidade de São Carlos, em São Paulo, e foi para Campinas na casa de um parente e de lá conheceu um 'hippie' e foram juntos para Arraial do Cabo, onde acampavam. Em um vídeo, Matheus nega as acusações. "Eu gostaria de deixar o tempo mostrar... A hora que sair o resultado dos meus exames para mostrar realmente que eu sou inocente dessas acusações e minha vida voltasse ano normal, tudo de novo, como tava sendo", disse o suspeito ao G1. Entenda o caso Fabiane desapareceu em 18 de novembro depois de entrar em uma trilha em Arraial do Cabo. Ela chegou a fazer um post em uma rede social, com a legenda: "Exercícios diários, trilha do Atalaia". Um vídeo registrou Fabiane lanchando em uma loja de conveniência antes de desaparecer em uma trilha. Ela esteve no estabelecimento por dois dias seguidos para lanchar e tomar café da manhã. Segundo funcionários da loja, ela disse que estava sozinha na cidade e que queria fazer a trilha do Pontal do Atalaia. Um cão farejador participou das buscas e localizou o corpo da empresária na trilha da Prainha. A perícia da Polícia Civil encontrou documentos, roupas e pertences da vítima no local. Fabiane administrava uma pousada da família na Praia dos Ingleses. Fabiane tinha um filho de nove anos e cuidava da mãe, que é acamada. Ela vivia em Florianópolis (SC) e nasceu em Sapucaia do Sul (RS).