Brasil

Jovens presos durante operação no Alemão deixam presídio no Rio

Eles foram detidos sob acusação de associação para tráfico e corrupção de menores logo durante ação das Forças de Segurança

Por R7 23/08/2018 20h59
Jovens presos durante operação no Alemão deixam presídio no Rio
Reprodução - Foto: Assessoria
Os cinco jovens presos durante uma operação conjunta do Exército e das polícias Civil e Militar no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, deixaram o presídio de Benfica na tarde desta quinta-feira (23). Eles conseguiram a liberdade após a Defensoria Pública do Estado obter uma liminar no plantão judiciário desta madrugada. A prisão dos jovens ocorreu na última segunda-feira (20), nas primeiras horas da ação coordenada pelas Forças de Segurança. De acordo com a Defensoria, o pedido de habeas corpus dos jovens foi solicitado pois "eles estavam em casa e não havia no local qualquer indício de envolvimento deles com práticas criminosas". Segundo a defensora pública Bruna Dutra, que atuou no caso, a prisão se deu com base em troca de mensagens sobre a operação, feita pelos jovens por meio de um aplicativo de celular. "A Defensoria Pública ajuizou o habeas corpus no plantão noturno para pedir o relaxamento das prisões porque, durante a operação, os policiais ingressaram na residência dos jovens, sem autorização judicial, ocasião em que, mesmo após minuciosa revista, não encontraram absolutamente nada de ilícito em poder deles", explicou a defensora. As mensagens, segundo os jovens, foram enviadas para avisar pessoas próximas sobre o início da operação. Os jovens foram presos sob a acusação de associação para o tráfico e corrupção de menores, já que havia dois adolescentes no local, pertencentes à família. Ainda de acordo com a defensora, assim como a revista na residência, a violação das conversas realizadas por meio do celular também foi feita sem autorização judicial. "Os policiais violaram o sigilo telefônico dos aparelhos de celular encontrados e conduziu todos à Delegacia de Polícia, onde foi formalizada a prisão em flagrante. Destacamos no pedido que todos os detidos eram integrantes de uma mesma família, que se encontravam recolhidos em sua residência em razão da operação que ocorria na comunidade, razão pela qual não havia qualquer justificativa legal para a violação do domicílio e do sigilo de dados telefônicos sem a devida autorização judicial nem, muito menos, para a prisão em flagrante", ressaltou a defensora público. A Defensoria investiga esta e outras denúncias de violação de direitos na megaoperação que, segundo o Gabinete de Intervenção Federal, continua por tempo indeterminado. Moradores das comunidades dos complexos denunciaram invasões de residências por agentes das forças de segurança, disparos em projetos sociais, devassa em celulares, agressão, tortura e supostas mortes ocorridas durante as operações e ainda omitidas no balanço oficial, segundo informou o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). O R7 entrou em contato com o Gabinete de Intervenção, mas, até o fechamento desta nota, não obteve resposta. Assim que a resposta for enviada, ela será incluída na reportagem.