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Sargento morre em operação no Morro dos Macacos no Rio de Janeiro

Número de policiais mortos no estado este ano chega a 64

Por Agência Brasil 28/06/2018 17h44
Sargento morre em operação no Morro dos Macacos no Rio de Janeiro
Reprodução - Foto: Assessoria
O sargento da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Macacos, Jason da Costa Pinheiro, 42 anos, foi morto com um tiro de fuzil na cabeça durante operação contra o crime organizado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte do Rio, segundo balanço divulgado no final da tarde de hoje (28) pela Polícia Militar (PM). Com a morte do sargento, chega a 64 o número de policiais mortos este ano no estado, uma média de dez por mês. Em seguida à morte do militar, a PM reforçou o policiamento na comunidade à procura dos assassinos do policial. A ação contou com apoio de um helicóptero, além de tropas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Batalhão de Ações com Cães e apoio da Polícia Civil. Ao todo, dez homens foram presos. De acordo com a PM, todos tinham mandados de prisão em aberto. Cinco deles foram localizados pelo Bope na Rua Conselheiro Otaviano, um dos acessos à comunidade. Com eles, foram apreendidos um fuzil AK-47, uma pistola automática, uma granada e material entorpecente ainda não contabilizado. Mais cinco criminosos foram presos em pontos distintos da comunidade desde o início da ação policial. Um dos presos é Leandro Nunes de Mesquita, filho do líder do tráfico no morro dos Macacos, conhecido como Scooby, que não foi localizado. Repúdio A ONG Rio de Paz, filiada ao Departamento de Informações Públicas da ONU, manifestou pesar pela morte do sargento PM Jason da Costa Pinheiro, de 42 anos, e repudiou a indolência das autoridades estaduais no controle da criminalidade e em oferecer aos trabalhadores da segurança pública as mínimas condições de trabalho. “Nessa luta contra a violência o desafio maior tem sido justamente o de superarmos os números e não nos conformarmos com nenhuma forma de violência. Nossa compreensão da questão da segurança pública jamais vai se restringir a um tipo de vítima. Somos contra a seletividade. Entendemos que já passou da hora de o Estado dar um basta nesses homicídios, tanto de cidadãos inocentes como de agentes públicos. Direitos humanos não podem mais ser apenas uma questão de letalidade estatal”, disse o presidente do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa. Nesse contexto, o Rio de Paz defende uma revisão urgente dos princípios que regem a segurança dos agentes públicos, suas normas de conduta e protocolos das práticas policiais com o objetivo de reduzir os efeitos de confrontos armados, que, para a ONG, não têm produzido resultados efetivos no combate ao crime. A ONG prestará uma homenagem aos três policiais que morreram nas últimas 48 horas no estado do Rio de Janeiro. Cartazes com os nomes dos policiais Luiz Carlos Dias, Eduardo Freire Pinto Guedes Filho e Jason da Costa Pinheiro, serão fixados ainda hoje, na Lagoa Rodrigo de Freitas (Curva do Calombo), ao lado dos nomes dos demais 61 policiais que morreram em 2018, das crianças que morreram vítimas de bala perdida no Rio desde 2007 e da bicicleta preta alusiva ao médico Jaime Gold, assassinado à faca por adolescentes, em maio de 2015.