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Bombeiros buscam 4 pessoas desaparecidas após desabamento de prédio em SP

Mais 49 moradores do edifício, que estavam em cadastro da prefeitura, ainda não foram localizados

Por G1 03/05/2018 00h15
Bombeiros buscam 4 pessoas desaparecidas após desabamento de prédio em SP
Reprodução - Foto: Assessoria
O Corpo de Bombeiros busca quatro pessoas desaparecidas que podem estar nos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, que pegou fogo e desabou no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo. Além de um morador chamado Ricardo, que quase foi resgatado durante o incêndio e caiu no momento do desabamento, um homem falou que três parentes dele estariam no edifício e não foram localizados até o momento. O vendedor Antônio Ribeiro Francisco, de 42 anos, disse que busca informações sobre a ex-mulher dele, Selma Almeida da Silva, e os dois gêmeos filhos dela, que moravam no prédio. Ele havia conversado com Selma por telefone por volta das 21h de segunda-feira (30). "Ela disse que estava cansada e queria dormir. Depois, não falei mais com ela", disse Francisco, que enviou mensagens ao celular de Selma e não obteve resposta. Ao todo, 49 moradores do prédio e que estavam no cadastro da prefeitura ainda não foram localizados após o desabamento. Não se sabe se eles estavam ou não no edifício durante o acidente. Dentre os quatro desaparecidos está o homem que ia ser resgatado no momento da queda. Um bombeiro que tentou retirá-lo do incêndio disse que, se tivesse mais 30 ou 40 segundos, teria conseguido salvá-lo. "Ele dizia: 'Me tira daqui por favor', e eu respondi: 'Calma, confia em mim'", lembra o sargento Diego. O prédio era ocupado por 372 pessoas, de 146 famílias, segundo o Corpo de Bombeiros. De acordo com a prefeitura, 320 pessoas foram cadastradas como desabrigadas após o desabamento e 40 delas buscaram atendimento na assistência social. O cinegrafista da TV Globo Abiatar Arruda flagrou o momento em que Ricardo quase foi resgatado antes de o prédio vir abaixo. Moradores afirmam que ele chegou a sair do edifício depois que o fogo começou, mas voltou para dentro para ajudar pessoas que estavam nos andares mais altos. Sem condições de uso O prédio que desabou não tinha condições mínimas de segurança contra incêndio, segundo relatório da prefeitura obtido com exclusividade pela TV Globo. O documento foi finalizado pela Secretaria Municipal de Licenciamento em 26 de janeiro do ano passado. Veja o que o documento indicou: Ausência de extintores; Sistema de hidrantes inoperante; Ausência de mangueiras; Ausência de luzes de emergências; Ausência de sistema de alarme; Instalações elétricas irregulares: fios sem isolamento adequado e expostos, além entrada de energia improvisada; Elevadores inoperantes e fechados por tapumes; Ausência de corrimões nas escadas; Instalações do sistema de para-raios não puderam ser avaliadas, pois acesso estava bloqueado. O Ministério Público (MP) recebeu o relatório, mas decidiu arquivá-lo. Investigação O boletim de ocorrência aberto nesta quarta-feira (2) tem apenas o depoimento dos policiais militares que combateram o incêndio. Por enquanto são só suspeitas. "A primeira linha de investigação é que foi um acidente doméstico", disse o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves. "O inquérito policial vai ouvir as pessoas que estavam no prédio. Já existem algumas informações."