Polícia

Polícia identifica mais cinco suspeitos de participar de chacina no Ceará

Três dos identificados seriam os mandantes e outros dois diretamente envolvidos no massacre

Por G1 28/01/2018 20h38
Polícia identifica mais cinco suspeitos de participar de chacina no Ceará
Reprodução - Foto: Assessoria
Cinco suspeitos de participar da chacina de Cajazeiras já foram identificados. Três deles seriam os mandantes e outros dois diretamente envolvidos no massacre ocorrido na madrugada deste sábado (27), no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza. O anúncio foi feito no início da tarde deste domingo (28) pelo governador Camilo Santana (PT), após reunião com representantes de diversas instituições como Polícia Federal, Ministério Publico, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça. “Nas próximas horas vamos anunciar quem são esses envolvidos. Logo que soube do ocorrido orientei aos órgãos de segurança uma apuração rigorosa para a identificação imediata dos responsáveis. Não aceitaremos de forma alguma que esse tipo barbárie fique impune", disse. Ainda no sábado a polícia prendeu uma pessoa suspeita de participar da chacina e apreendeu um fuzil. A polícia também apreendeu uma bomba de gás lacrimogêneo que estava no interior do clube onde ocorreu a chacina. O artefato explosivo foi desarmado e recolhido por uma equipe da Polícia Militar. A polícia não informou a quem pertencia a bomba. Ações Camilo Santana também anunciou diversas medidas de combate às facções que atuam no Ceará. Uma delas é um centro integrado - que funcionará no mesmo ambiente - para "que a gente possa ter mais agilidade no combate ao crime organizado. Vamos integrar todas as 'inteligências' dessas instituições para unificar as estratégias, a investigação e a punição dessas pessoas". O governador também informou sobre a criação de um grupo especializado de combate ao crime organizado no âmbito da Polícia Federal no Ceará, a fim de que sejam fortalecidas as investigações sobre tráfico de drogas, de armas e proteção de fronteiras, por exemplo. "Essa é uma responsabilidade constitucional do Governo Federal. Estou até pedindo uma audiência com o presidente da República para cobrar ações mais efetivas do Governo Federal contra o crime organizado". O projeto de criação desse grupo especializado já foi aprovado pela Direção-Geral da PF, em Brasília, segundo o superintendente da Polícia Federal no Ceará, Delano Cerqueira Bunn. "Na semana passada fui a Brasília para buscar reforços na nossa estrutura a fim de que aumentássemos o nosso poder operacional. A proposta é atuar com estratégia, inteligência e integração com as forças de segurança pública estaduais e municipal", disse. Além disso, Camilo Santana anunciou a criação de uma Vara, no âmbito da Justiça, especializada no julgamentos dos casos relativos ao crime organizado. "O presidente do Tribunal de Justiça [desembargador Francisco Gladyson Pontes] vai criar uma vara especializada para atuar no combate ao crime organizado. Isso significa que um colegiado vai poder tomar decisões de forma mais ágil em relação a esse tipo de crime", disse. Maior chacina do Ceará A chacina dentro do clube de festa é considerada a maior do Ceará. Oito mulheres e seis homens foram assassinados por um grupo que invadiu a danceteria "Forró do Gago" por volta de 1h30 (horário de Brasília). Segundo um policial militar e moradores do bairro que conversaram com o G1, vários homens armados chegaram em três carros, invadiram o local e dispararam tiros. Entre os 14 mortos, há um motorista de aplicativo, um vendedor de cachorro-quente e uma comerciante. Os corpos foram levados pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e levados para a Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). Os nomes das vítimas não foram divulgados pela polícia. Criminosos atiram em festa em Fortaleza. Local foi fechado pela polícia. (Foto: Gioras Xerez / G1) O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, disse que as investigações ainda estão em andamento e negou especulações de que as mortes tenham relação com disputas entre facções. Segundo ele, a chacina foi "um caso pontual" e o "estado não perdeu o controle [do combate ao crime".