Imagens obtidas pelo G1 na manhã desta quinta-feira (16) mostram a dupla que pilotava uma moto aquática em Itanhaém, no litoral de São Paulo, fazendo manobras arriscadas instantes antes de atropelar e matar o jovem Elvis Presley dos Santos, de 27 anos. A vítima morreu após ser atingida no rosto pelo equipamento. A Polícia Civil apreendeu o veículo e a Marinha do Brasil abriu investigação sobre o caso.

Em entrevista ao G1, também na manhã desta quinta-feira (16), o tio de Elvis Presley, Jefferson Santos, conta que o jovem era cabeleireiro e morava com a avó em São Vicente, assim como toda a família. Desde 2009, Santos tem uma casa em Itanhaém na área conhecida como ‘prainha’, onde costumam passar os fins de semana e feriados, no exato local onde o acidente aconteceu.

Nesta quarta-feira, a família estava em Itanhaém curtindo o dia de folga. Segundo o tio de Elvis Presley, o sobrinho estava nadando na parte rasa do Rio, que não oferecia perigo, quando foi atingido de costas pelo bote que estava sendo rebocado pela moto aquática. Elvis desmaiou e afundou. Ele foi levado até uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel (Samu), mas não foi possível reanimá-lo.

Fotos tiradas pela família instantes antes do acidente mostram que o condutor da moto aquática que atropelou Elvis Presley estava fazendo várias manobras perigosas no Rio Preto. Segundo a polícia, Luiz Henrique Santos Guedes Ribeiro, de 23 anos, morador de Osasco (SP), dirigia o veículo e tinha habilitação. Santos diz que o jovem dirigia a moto em alta velocidade e tentou esconder uma das provas minutos após a colisão.

“O que chamou a atenção de todos foi a velocidade que ele chegou. É um local que tem muita gente, só tinham famílias. O que mais magoou foi a estupidez dele, a ignorância com a vida do próximo. Nem ele e nem a família dele tiveram um gesto de arrependimento. Depois do acontecido, ele (condutor) ainda fez algumas manobras e tentou sumir com a prova do crime, a boia. Ele sabia que era proibido levar a boia e ele queria se ver livre do aparelho”, afirmou.

Em depoimento à polícia, Luiz Henrique afirmou que não percebeu quando o bote atingiu o banhista. Um exame do etilômetro comprovou que o motonauta não estava alcoolizado. Além de Elvis Presley, um rapaz de 25 anos que era transportado no bote puxado pela motoaquática, também teve um ferimento na perna e foi atendido pelo Samu.

O tio de Elvis conta que, desde que possui a casa na cidade, vê atitudes imprudentes no local. Segundo ele, a família já presenciou muitas irregularidades com motos aquáticas e nunca houve fiscalização. “Sempre vi barbaridades, uma sequência de imprudências, uma sequência de ostentação, álcool e manobras. Já presenciamos crianças fazendo manobras e nunca houve uma fiscalização. Não há respeito com a vida do próximo”, diz.

Nesta quinta-feira, o corpo de Elvis Presley foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande. A família está muito abalada com a morte do jovem. O sobrinho, segundo Santos, gostava de frequentar a igreja e estava, nos últimos tempos, mais próximo da família.

“Ele era um amor de pessoa, um menino do bem, só queria fazer o bem para os outros. Todo o fim de semana que eu ia para Itanhaém, ele falava que precisava ficar perto de mim. Continua a impunidade. Como mataram a menina em Bertioga, também de moto aquática, e não deu nada. É mais um caso de imprudência”, falou o tio emocionado.

O caso foi encaminhado ao Distrito Policial Sede e a delegada de plantão foi ao local com a perícia científica para verificações. A moto aquática foi apreendida e colocada na rua, em frente à Delegacia Sede de Itanhaém. O bote, que era rebocado, junto com a corda, foi recolhido e guardado dentro de uma sala da unidade. A Capitania dos Portos São Paulo informou que abriu um inquérito para apurar causas, circunstâncias responsabilidades do acidente com prazo inicial de 90 dias.