Brasil
Protesto em frente ao Santander Cultural termina com briga entre manifestantes
Grupos contra e a favor do cancelamento de exposição sobre diversidade em Porto Alegre trocaram socos e polícia interveio com gás lacrimogênio e bombas de efeito moral
Os protestos simultâneos realizados na tarde desta terça-feira (12) em frente ao Santander Cultural, no Centro de Porto Alegre, terminaram com briga entre manifestantes contrários e favoráveis ao cancelamento da exposição Queermuseu. Por volta das 18h, algumas pessoas de grupos diferentes se insultaram e trocaram socos, e a Brigada Militar interveio com gás lacrimogênio e bombas de efeito moral.
Em seguida, duas pessoas que protestavam contra o cancelamento da exposição foram presas por desacato e incitação à violência. De acordo com PMs que estavam no local, os manifestantes presos provocavam policiais e pediam que outros se juntassem às agressões verbais contra eles.
As manifestações se encerraram logo depois, por volta das 18h30. Durante os protestos, o grupo a favor da exposição entoou algumas canções. "Pela arte, pela cultura, diga não à censura" e "Eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser". O outro grupo vestia roupas em verde e amarelo e segurava bandeiras do Brasil. Uma faixa dizia: "Pedofilia não é arte, é crime."
Devido aos protestos, o Santander Cultural cancelou a programação desta terça. A partir de quarta (13), as atividades voltarão a ser realizadas normalmente.
A exposição sobre a diversidade de expressão de gênero, que estava prevista para seguir até o dia 8 de outubro, foi encerrada no último domingo (10) após críticas. A mostra reunia mais de 270 obras, de 90 artistas plásticos. Algumas imagens foram consideradas ofensivas por quem contestou a mostra. O conteúdo foi classificado por esse grupo de pessoas como um "incentivo à pedofilia, zoofilia e contra os bons costumes."
O curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, também foi ao protesto. No local, ele explicou que a obra que levantou críticas sobre pedofilia, da artista de Brasília Bia Leite, aborda o preconceito.
"É uma obra sobre bullying, sobre preconceito, sobre a agressão que os adolescentes e as crianças sofrem em todo o período inicial da sua vida. São duas pinturas. O fato de tomarem essas imagens de crianças e transformar isso em outra coisa, chamar de pedofilia, é uma distorção tão absurda, que só pode funcionar quando fora de contexto."
Na segunda-feira (11), dois promotores do Ministério Público do Rio Grande do Sul foram até o Santander Cultural para visitar a exposição. A ida ao local foi motivada por denúncias de que as obras estariam promovendo pedofilia e a sexualização de crianças, além de zoofilia. O promotor Julio Almeida, no entanto, avaliou que não existe pedofilia.
"Verificamos as obras e não há pedofilia. O que existe são algumas imagens que podem caracterizar cenas de sexo explícito. Do ponto de vista criminal, não vi nada", salientou, em entrevista.
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