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Rodoviários têm reajuste de 6% e voltam ao trabalho à meia-noite em Recife

Categoria, que estava em greve desde a segunda (3), também recebe aumento de 8% no vale-refeição

Por G1 05/07/2017 17h39
Rodoviários têm reajuste de 6% e voltam ao trabalho à meia-noite em Recife
Reprodução - Foto: Assessoria

O pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) decidiu, durante reunião nesta quarta-feira (5), reajustar em 6% o salário dos rodoviários do Grande Recife, que estavam em greve desde a segunda-feira (3). Os desembargadores também votaram a favor do reajuste de 8% do vale-refeição da categoria. Com isso, motoristas, cobradores e fiscais voltam ao trabalho a partir da meia-noite da quinta-feira (6).

A reunião começou por volta das 14h15 e foi acompanhada por diversos motoristas e cobradores. O primeiro a falar foi o advogado que representa a Urbana-PE, Fernando Montenegro. Em seguida, foi a vez do representante dos rodoviários, João Batista Pinheiro de Freitas. Após as explanações, os desembargadores iniciaram a votação, momento em que houve divergências com relação aos percentuais de reajuste salarial propostos pelos empregados, de 7%, e pelos empregadores, de 4%.

Após a primeira discussão, o relator do caso, desembargador Fábio Farias, votou pelo reajuste salarial de 6% para a categoria. Dos 12 desembargadores presentes, nove acompanharam o voto. Houve, ainda, nove votos a favor da compensação salarial para os dias de greve.

De acordo com a desembargadora Dione Furtado, que presidiu a sessão, houve esforços para atender às duas classes. "O que pesou [na decisão] foi o sentimento de pacificação entre as classes trabalhadora e patronal. Esse sentimento foi demonstrado através do parecer do relator e dos votos dos demais desembargadores", explicou.

Ainda de acordo com Dione, o pleno entendeu, por unanimidade, que a paralisação da categoria não foi abusiva. "Houve notificação prévia da greve, tentativa de negociação frustrada e, por isso, as partes recorreram ao Judiciário. Por isso, no nosso entendimento, o desconto dos dias de greve seria uma forma de penalizar os trabalhadores, já que não houve ilegalidade", esclareceu a desembargadora.

Repercussão

Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Benilson Custódio, o resultado agradou à categoria. "Estamos satisfeitos com o que foi discutido. Essa decisão mostra que, para a sociedade, a gente está demonstrando como fazer uma greve e correr atrás dos nossos direitos", afirmou.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. O G1 procurou a assessoria de comunicação do sindicato, que informou que a entidade ainda não decidiu se irá recorrer da decisão.

Entenda a paralisação

A greve foi iniciada na segunda-feira (3). Os rodoviários pediam, além de melhores condições de trabalho, o reajuste salarial de 7%. Além disso, queriam aumento de 20% no vale-refeição, cujo valor era R$ 225,38. Os donos das empresas, durante as negociações, ofereceram reajustes de 4% nos vencimentos dos trabalhadores, que eram de R$ 2.113 para motoristas de ônibus, R$ 971,97 para cobradores e R$ 1.366,40 para fiscais. Após os reajustes, os salários passam a ser de R$ 2.239,78 para os motoristas de ônibus, de R$ 1.030,28 para cobradores e R$ 1.448,38 para fiscais.

Durante os três dias de greve, a frota reduzida de ônibus que circulou pelas ruas da Região Metropolitana do Recife causou transtornos para os passageiros que aguardavam os coletivos em terminais integrados e paradas e afetou o comércio na área central da capital pernambucana. Devido à paralisação, algumas universidades decidiram suspender as atividades acadêmicas e o Terminal Integrado Pelópidas Silveira, em Paulista, chegou a ficar fechado.