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Carnavalescos protestam em frente à prefeitura do Rio por mais verbas

Presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, criticou a atitude do prefeito do Rio e questionou os motivos do corte de verbas

Por Agência Brasil 27/06/2017 02h00
Carnavalescos protestam em frente à prefeitura do Rio por mais verbas
Reprodução - Foto: Assessoria

Carnavalescos protestaram, nesta segunda-feira (26), contra o corte de verbas para o carnaval de 2018 decidido pelo prefeito Marcelo Crivella. Representantes de várias escolas participaram de uma roda de samba em frente a prefeitura e pediram a revisão da medida. Segundo eles, o corte anunciado de 50%, reduzindo para R$ 1 milhão, vai prejudicar os desfiles, que já estavam planejados, e retirar parte do brilho da festa.

“O prefeito tem dificuldade em lidar com a diversidade da cidade que ele administra. E isso é muito pior que o corte às escolas de samba. Dando ou não o dinheiro, vou fazer o melhor carnaval que eu posso e nesses momentos de adversidade temos que nos recriar, reinventar e se refazer”, disse Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira.

Outro carnavalesco presente ao ato, Cid Carvalho, da Beija-Flor, lembrou que não se trata apenas de garantir verbas para o Grupo Especial, mas de se pensar nas escolas menores, do Grupo de Acesso e dos outros grupos, que têm muitas dificuldades em se manterem.

“Não temos mais nenhum investimento da Petrobras e do governo do estado. Zerou. As escolas vão buscar o caminho [de independência], mas a partida estava em andamento, com os enredos pensados. Imaginem o impacto disso no Grupo de Acesso e na [Avenida] Intendente Magalhães [onde desfilam as escolas dos grupos B, C, D e E]. Sou capaz de afirmar, com muita tristeza, que é praticamente decretar o fim do carnaval da Intendente”, alertou Cid Carvalho.

O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, criticou a atitude do prefeito do Rio e questionou os motivos do corte de verbas e disse querer não acreditar em alguma razão religiosa.

“Você quando dá um tiro no carnaval e colocar dinheiro na educação é um voo de galinha. Faltou debate [com os sambistas]. Ele veio na campanha e disse que nada ia mudar. Cortou as verbas. Não pode mudar as regras no meio do jogo. Queremos ser tratados com seriedade. Para planejar é preciso saber quanto e quando se vai ganhar”, disse Magalhães.

Procurada, a prefeitura se manifestou, por meio da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), dizendo que está buscando caminhos para solucionar a demanda do carnaval e que uma das medidas é incluir a verba no caderno de encargos, que possa considerar os interesses e as necessidades das escolas de samba para o carnaval de 2018. Segundo a Riotur, o diálogo continua aberto com todas as escolas, a fim de se achar uma solução para o financiamento do carnaval.