Brasil
Lixões geram prejuízo para sistema de saúde dos Estados
Disposição dos resíduos em valas comuns ou a céu aberto é uma questão muito sério que ocasiona problemas para a população em geral
Presentes em quase todos os municípios brasileiros, os lixões são verdadeiras fontes de doença. O descarte irregular de lixo acaba gerando contaminação de água, solo, ar, fauna e flora, e o impacto disso na população e no sistema de saúde é enorme.
O ultimo estudo realizado sobre o assunto data de 2015, e aponta que a destinação inadequada dos resíduos, incluindo três mil lixões no País, pode causar prejuízos de US$ 2,1 bilhões em cinco anos para Saúde e Meio Ambiente. Segundo o especialista do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), Ricardo César, a disposição incorreta dos resíduos é muito prejudicial, e Alagoas é um dos estados que sofre com isso.
“A disposição dos resíduos em valas comuns ou a céu aberto é uma questão muito sério que ocasiona problemas para a população em geral. Não existe na maioria dos municípios um planejamento para a disposição desses resíduos, embora Alagoas conte hoje, com duas Centrais de Tratamento, uma em Pilar e outra em Arapiraca”, ressaltou.
Ricardo César explica ainda que existem muitas maneiras da disposição incorreta de resíduos afetar o meio ambiente e a população. “Os problemas vão desde a contaminação dos lençóis freáticos pelo chorume, que é um líquido altamente tóxico que escorre dos lixos, até a proliferação de doenças devido aos animais que os lixos atraem como moscas, mosquitos, ratos e baratas. Além disso, como o lixo é disposto em lugares abertos, eles são transportados pelo vento e espalhados para diversos pontos da cidade e povoados, em função do sentido dos ventos. Isso afeta diretamente a biodiversidade local, que espalham resíduos como o plástico, que tem a vida útil de mais de 100 anos, e chegam até aos nossos mares”, esclarece.
O estudo que relaciona a disposição incorreta dos resíduos com os gastos em saúde foi realizado pela International Solid Waste Association (ISWA), em parceria com o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana e com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (Abrelpe). Segundo o levantamento, cerca de 75 milhões de brasileiros têm seus resíduos destinados a lixões ou outros locais impróprios.
“No estudo preparado pela ISWA, foram contabilizados não só os custos para tratamento dos problemas de saúde das pessoas, causados principalmente pela existência e manutenção dos lixões, mas também foi considerado o impacto de perdas de dias de trabalho por afastamento médico, os custos psicossociais causados aos moradores das áreas próximas aos lixões e os danos ambientais causados por essas unidades irregulares”, ressaltou o diretor presidente da Abrelpe e vice-presidente da ISWA, Carlos Silva Filho.
A pesquisa analisou a produção de resíduos no País entre 2010 e 2014 e concluiu que, em uma estimativa, pelo menos 1% da população atendida por lixões desenvolve doenças - o que equivale a cerca de 750 mil pessoas. Além disso, ela apontou que o custo médio para o SUS no tratamento de doenças provenientes de contaminações é de US$ 500 por pessoa, ou seja, um custo que totaliza US$ 1,85 bilhão em cinco anos. Portanto, entre 2016 e 2022, o gasto total da saúde em decorrência dos lixões será deste valor, em média.
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