Brasil
Apesar de decisão judicial, bebê não consegue vaga em CTI no Rio
Miguel, de oito meses, sofre de microcefalia e problemas no coração. Criança está internada em hospital particular, mas pais não têm dinheiro para pagar
O bebê Miguel, de oito meses, sofre de microcefalia e de problemas cardíacos. Desde a semana passada, ele precisa de uma vaga em um CTI. Mesmo com uma liminar concedida pela justiça, a família não consegue a internação. A criança só sobrevive graças à uma amiga da família, que está pagando o tratamento em um hospital particular.
Na última terça-feira (30), Miguel começou a passar mal. “Muita febre e muita moleza, chegou a desfalecer no meu colo”, explicou a mãe do menino, Vivian Amorim.
Ele foi levado para a UPA da Taquara, onde ele foi atendido e diagnosticado com um quadro de bronquiolite. A criança precisava ser transferida e internada em um hospital. Avaga não apareceu e ele acabou sendo liberado. Mas, em casa, ele piorou.
“Foi quando piorou o quadro dele, virou pneumonia”, explicou Vivian.
A mãe correu para a Clínica da Família, também na Taquara.
“Quando eu cheguei na Clínica da Família, ele teve que entrar no balão de oxigênio para conseguir manter, para chegar em outro hospital”, destacou a mãe do menino.
Sem vaga, a criança foi transferida para uma UPA. A família aguardou a chegada de uma ambulância por mais de uma hora e acabou chamando um táxi para ele ser levado para a unidade novamente.
Desesperados, os pais de Miguel aceitaram a ajuda de uma amiga que se dispôs a pagar uma consulta em um hospital particular em Jacarepaguá. Passando muito mal, o menino teve que ser internado na UTI da unidade imediatamente. Mas o casal não tem condições de pagar pela internação do filho em um hospital particular.
“Não temos possibilidade nenhuma de pagar, desde quinta-feira (1º) até agora os custos dele aqui”, explicou Roberto Ribeiro de Farias, pai do menino.
Para tentar resolver o impasse, a família foi até o plantão da Defensoria pública e conseguiu com o juiz uma liminar que determina que o menino seja transferido para uma unidade de saúde pública, seja municipal ou estadual, em até seis horas. Só que a liminar foi deferida na sexta (2) e a criança não foi transferida.
“Eles estão alegando que ainda não tem, mesmo depois da liminar. Nenhum hospital, de todos os hospitais que tem no Rio de Janeiro, nenhum hospital tem vaga para o meu filho”, explicou a mãe de Miguel.
A Secretaria Municipal de Saúde disse que Miguel teve prioridade no sistema de regulação e seria transferido para a UPA da Cidade de Deus, onde receberia o atendimento necessário. Mas a secretaria alega que os pais do menino recusaram a vaga.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que o Miguel deu entrada com bronquiolite na UPA de Jacarepaguá na terça (30), foi tratado e recebeu alta. A secretaria falou ainda que a família do menino foi orientada a procurar um tratamento em uma clínica da família.
O Estado do RJ e o município do Rio de Janeiro não responderam se existe alguma vaga disponível em CTI pediátrica para o Miguel.
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