Brasil

Polícia dos EUA caça brasileiro suspeito de chefiar contrabando de fuzis

Agentes estiveram em dois endereços atribuídos ao suspeito, mas não o encontraram

Por G1 02/06/2017 17h25
Polícia dos EUA caça brasileiro suspeito de chefiar contrabando de fuzis
Reprodução - Foto: Assessoria

A polícia dos Estados Unidos procura o chefe da quadrilha que enviou um carregamento de 60 fuzis para o Rio de Janeiro. O suspeito é brasileiro, mas mora em Miami. Os policiais americanos cooperam com as autoridades de segurança do Rio e já estiveram em dois endereços, mas o homem – que não teve o nome divulgado – ainda não foi encontrado.

Os fuzis estavam escondidos dentro de aquecedores de piscinas e foram apreendidos na quinta-feira (1º), no terminal de cargas do Aeroporto Internacional do Rio. Segundo os investigadores, o brasileiro tem um escritório em Miami que já teria enviado para o Brasil 30 carregamentos de fuzis usando o mesmo esquema.

Quatro pessoas foram presas: Luciano de Andrade Faria, dono de uma transportadora; o despachante Márcio Pereira; João Vítor da Silva Rosa, que seria o responsável por revender as armas no Brasil; e José Carlos dos Santos Lins.

José Carlos, João Victor, Marcio e Luciano foram presos por envolvimento no contrabando de armas para o Brasil (Foto: Reprodução/ TV Globo)

De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha fornece fuzis e munição para todas as facções criminosas que atuam no Rio. Uma arma do tipo chega a ser vendida por R$ 70 mil no mercado negro. As investigações que resultaram na apreensão das armas começaram há um ano e meio.

Na operação desta quinta-feira, foram apreendidos 45 fuzis modelo AK-47, 14 AR-10 e um G3. Todas as armas estavam com a numeração de série raspada, mas serão submetidas ainda nesta sexta a um exame químico que pode recuperar a identificação.

"Precisamos da numeração para que a fábrica nos informe para quem foi feita a primeira venda dessas armas. Sabemos que esse criminoso pode não ter sido o primeiro comprador, mas em algum momento ele aparece nessa cadeia, antes de as armas ganharem a clandestinidade", explicou o delegado Fabrício Oliveira.

Em entrevista coletiva após a apreensão das armas, o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, mencionou o alto número de fuzis encontrados em poder de criminosos no estado e voltou a cobrar medidas mais duras para coibir o tráfico de armas.

"Em 30 dias, 90 fuzis; em 150 dias, 250 fuzis [apreendidos] no Rio de Janeiro. É trivial isso? Algo tem de ser feito de diferente no país. Era um fuzil [apreendido] por dia, em 2017 está quase chegando a dois", afirmou Sá.