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Namorado acusado de matar fisioterapeuta volta a dizer que tiro foi acidental

Durante sessão, Diego Lima deu a mesma versão de quando foi ouvido na delegacia. Na saída do Fórum, parentes de Caillane Marinho o chamaram de "assassino"; crime ocorreu em Vianópolis, GO.

Por G1 01/06/2017 09h48
Namorado acusado de matar fisioterapeuta volta a dizer que tiro foi acidental
Reprodução - Foto: Assessoria

O engenheiro agrônomo Diego Henrique Lima, de 30, participou de uma audiência de instrução relacionado ao processo no qual é acusado de matar a namorada, a fisioterapeuta Caillane Marinho, de 27. O crime ocorreu em outubro do ano passado, em Vianópolis, região sul de Goiás. Assim como quando prestou depoimento na delegacia, o homem voltou a alegar que o tiro que matou a mulher foi acidental.

A sessão ocorreu na quarta-feira (30), no Fórum de Vianópolis. Diego estava acompanhado de seus advogados, que foram procurados pela TV Anhanguera, mas não quiseram falar sobre o caso.

O promotor de Justiça Júlio Alexandre da Silva, disse que há contradições no depoimento do acusado. “Essa versão apresentada pelo réu não coaduna nem com a parte lógica dos fatos que foram trazidos, tampouco com os depoimentos que já foram colhidos”, disse.

Parentes e amigos de Caillane foram ao Fórum embora não pudessem acompanhar a sessão. Na saída, quando Diego estava indo embora, eles começaram a chamá-lo de "assassino".

A mãe de Caillane, a dona de casa Maria Lucélia Marinho, espera que o acusado seja punido pelo crime. “Espero justiça da terra e dos homens e também espero a justiça de Deus”, desabafa.

Morte

Caillane foi morta no dia 9 de outubro, na residência onde vivia com o namorado. Segundo as investigações, a jovem foi encontrada dentro de casa com um tiro na cabeça. Após o crime, Diego passou a ser procurado pela polícia, mas só se apresentou no dia 14 de outubro. Como tinha um mandado de prisão em aberto, ele foi preso.

Ao se entregar à Polícia Civil, Diego alegou que o disparo que matou a namorada foi acidental e aconteceu durante uma briga. Ele disse que pegou uma arma para se matar, mas que Caillane tentou tirar o armamento dele e acabou baleada.

No entanto, na ocasião, o delegado Marcos Vinícius Costa, responsável pelo inquérito policial, afirmou que essa versão contradiz as provas. “O laudo pericial diz que foi homicídio doloso. O tiro acertou entre a nuca e a orelha. Como uma pessoa tentar tirar a arma da outra de costas? Não tem como o disparo ter sido acidental”, afirmou.

O engenheiro ficou detido até o dia 3 de fevereiro, quando foi solto por meio de um habeas corpus. Desde então, responde ao processo em liberdade. No dia 13 do mesmo mês, a polícia fez uma reconstituição do homicídio.

Relação conturbada

Várias testemunhas disseram que o relacionamento entre os dois era bastante conturbado. De acordo com a polícia, o motivo da briga que culminou com o homicídio foi uma discussão sobre um relacionamento anterior dele. O suspeito ainda é casado, no papel, com outra mulher.

Cerca de duas semanas antes do crime, o engenheiro agrônomo escreveu uma carta para a namorada. No texto, o homem pede desculpas à jovem, diz que a ama e afirma: "Não te mereço e deixei tudo acabar".

Caillane deixou uma filha de 7 anos que, segundo os parentes, ficou muito abalada com a morte da mãe.