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Instagram e Facebook causam depressão em jovens

Vício em redes sociais pode causar ansiedade, mau humor e, em casos graves, depressão

Por techtudo 27/05/2017 19h48
Instagram e Facebook causam depressão em jovens
Reprodução - Foto: Assessoria

Checar o Facebook a cada cinco minutos, ir a um evento pensando nos posts para o Instagram, rolar a timeline do Twitter até que não tenham mais novidades. Se você reconhece os sintomas, isso pode ser sinal de FoMO. A sigla para "Fear of Missing Out", ou medo de estar perdendo algo, em português.

A síndrome, descrita pela primeira vez em 2000, é um dos principais sintomas de que alguém está viciado em redes sociais e pode causar desde angústia e mau humor até depressão. Segundo especialistas, o medo é identificado principalmente em jovens e adultos até 34 anos, mas pode afetar pessoas de qualquer idade.

O que é FoMO?

O FoMO foi citado pela primeira vez em 2000 por Dan Herman e definido anos depois por Andrew Przybylski e Patrick McGinnis como o medo de que outras pessoas tenham boas experiências que você não tem. Além disso, o receio incentiva a ficar sempre conectado para saber de tudo e compartilhar novidades com os outros.

De acordo com estudos psiquiátricos, essa angústia social é causada principalmente porque a relação dos usuários com a tecnologia ainda é muito nova e imatura. Ostentações feitas em redes sociais, onde a maioria costuma publicar momentos de alegria e realização, e a publicidade que insere slogans como "você não pode perder" também podem incentivar reações como o FoMO.

Sintomas: como diagnosticar? 

Para diagnosticar uma pessoa com o FoMO é preciso, assim como com outras síndromes, procurar ajuda de um especialista, neste caso um psicólogo. No entanto, alguns sintomas mais intensos podem ser observados pelo próprio usuário ou pela família e amigos.

Ao criar o medo de perder algo no ambiente online o internauta passa a sentir a necessidade de sempre atualizar as redes sociais para ficar ciente do que os outros estão fazendo. Começar a aceitar todas as propostas de eventos e se, no local, não desgrudar os olhos do smartphone, este também pode ser um sintoma.

Em muitos casos, indivíduos com FoMO ficam mais distraídos, seja ao conversar pessoalmente com alguém em casa, durante as aulas e em reuniões. Ou, ainda mais grave, ao utilizar o celular enquanto dirige para não perder nenhuma novidade e registrar Stories e "snaps" no volante. Ao longo do tempo, a pessoa com o problema passa a apresentar mau humor, ansiedade, stress, tédio e solidão. Em casos intensos, o medo pode causar depressão.

Quem atinge?

Estudos realizados sobre o assunto indicam que o vício em redes sociais não é um problema exclusivo de adolescentes. Segundo pesquisas nos Estados Unidos e no Reino Unido, as principais vítimas do Fear of Missing Out são jovens e adultos de 18 a 34 anos, faixa etária identificada como "geração Millennial".

Os dados demonstram que a síndrome não interfere apenas na vida pessoal do usuário, mas também coloca questões como a carreira e a vida profissional em risco. Além disso, as análises sobre o tema indicam que os homens "hiper conectados" são mais propensos a apresentarem os sintomas de FoMO.

Instagram é o pior app para a saúde mental

Um estudo recentemente batizado de "Status of Mind" (estado da mente, em português) revelou que o Instagram é o pior aplicativo quando se trata de saúde mental. A pesquisa analisou as reações aos posts de Facebook, YouTube, Twitter, Snapchat e Instagram e teve como resultado que o app de fotos e vídeos provoca ansiedade, depressão, má qualidade do sono e insatisfação com o próprio corpo — alguns dos sintomas do caráter viciante do FoMO.

Como amenizar o vício?

Com tantas redes sociais atraentes e fáceis de usar, uma dica para reduzir o vício (além da procura por um psicólogo para receber o tratamento adequado) é instalar no smartphone ou computador um app que aponte quantas horas você gasta em cada plataforma. Vejas alguns exemplos para Android e iOS (iPhone) e para PCs que podem auxiliar na dosagem da tecnologia no dia a dia.

Para especialistas, deixar comparações com a rotina dos outros de lado também é importante para amenizar os sintomas. É importante focar primeiramente em si mesmo, lembrando que não é possível participar e ver tudo que acontece.