Brasil
94% das empresas serão impactadas pela reforma da Previdência
Estudo recente identificou que apenas 6% das companhias entrevistadas estão com seus planos privados enquadrados em nova proposta do governo federal
A última edição da Pesquisa de Benefícios realizada pela Aon – consultoria em gestão de riscos, benefícios e capital humano, corretora de seguros, seguros massificados e resseguros – mostra que é necessário que as empresas comecem, desde já, a traçar ajustes na política de RH se quiserem estar preparadas para as alterações que estão por vir caso as propostas para a Reforma da Previdência Social sejam aprovadas. O estudo contou com a participação de 423 empresas, sendo que 171 companhias reportaram oferecer um Plano de Previdência Privada aos seus colaboradores. Desse total, somente 26 empresas, ou 6%, indicaram a idade de 65 anos como sendo aquela a partir da qual o participante pode solicitar o benefício. Por outro lado, 136 apontaram a idade de 60 anos e apenas 9 a de 62 anos.
“Entre as sugestões apresentadas por vários setores da comunidade para a reestruturação da Previdência Social, a unificação da idade de aposentadoria de homens e mulheres, ambos a partir de 65 anos, é a mudança que pode acarretar diretamente em ajustes na política dos RHs das empresas, principalmente, daquelas que possuem planos de aposentadorias para seus colaboradores”, explica a líder em consultoria e previdência da Aon Brasil, Roberta Porcel.
De acordo com a executiva, quando o governo sinaliza que a idade para a aposentadoria pela Previdência Social deverá aumentar em cinco anos, isso tende a “empurrar” a idade de aposentadoria dos planos privados, gradativamente, para aquela idade. “Com esse remanejamento, 94% das empresas que oferecem o benefício aos colaboradores podem sofrer impactos, tanto positivos como negativos em suas finanças, não somente em relação ao Plano de Previdência, mas, também, em relação aos demais benefícios como, por exemplo, o plano de assistência médica”, revela Porcel.
Portanto, é necessário que as empresas se antecipem aos reajustes previstos e pensem em políticas visando à retenção em seus quadros funcionais de empregados com idade superior a 60 anos. “A idade média dos colaboradores aumentará e serão importantes adaptações nas políticas de RH para que essa transição ocorra sem grandes traumas, tanto para os funcionários como para as instituições”, afirma a executiva.
Segundo Roberta Porcel, essas mudanças na Previdência Social precisam ocorrer não somente por causa do aumento gradativo na expectativa de vida dos brasileiros (o aumento no tempo mínimo de contribuição à Previdência Social, de 15 para 20 anos explica em parte esse fato); mas, também, porque uma pessoa de 60 anos de idade, atualmente, está muito mais apta a continuar no mercado de trabalho se comparada às pessoas com a mesma idade em décadas anteriores.
A partir deste panorama, os RHs das empresas devem se preparar para as modificações que acontecerão em breve. “É prudente que as empresas, com a ajuda de consultorias especializadas no assunto, planejem o quanto antes as alterações necessárias para atuar com um quadro de funcionários em um faixa etária maior, pois as mudanças na Previdência Social são mais do que indispensáveis para o futuro do país. Quem não estiver preparado, possivelmente sofrerá consequências significativas”, comenta a líder em consultoria e previdência da Aon Brasil.
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