Brasil
Goianos usam fotos de quarto para decifrar livros de jovem que sumiu
Estudante já havia deixado "chave" para traduzir alguns símbolos antes de desaparecer, mas dupla goiana foi além e descobriu novos códigos
Bruno Borges, de 24 anos, desapareceu no dia 27 de março. Ele foi visto pela última vez pela família durante um almoço. No quarto do rapaz, os pais encontraram 14 livros escritos à mão usando códigos diferentes. Alguns textos também foram escritos nas paredes e no chão do cômodo. A Polícia Civil investiga o caso.
“Vimos que o Bruno deixou uma chave para decifrar o código, mas esse código que deciframos é diferente do que ele deixou na casa dele. Nosso objetivo principal é descobrir o que ele escreveu e também encontrá-lo. E com uma comunidade inteira ajudando, é muito melhor do que poucas pessoas. Saber o que está escrito pode ajudar a encontrá-lo”, disse Renoir.
Igor tem 21 anos e trabalha como diretor de tecnologia em uma empresa de segurança digital. Ele conta que, como atua na área de soluções para criptografia, esse assunto sempre lhe chamou a atenção e decidiu encarar o desafio de decifrar os textos. “Eu vi algumas imagens dos textos escritos nas paredes do quarto dele e comecei a analisar. Em 30 minutos eu entendi o código. Eu e meu sócio decidimos, então, criar um site para ajudar qualquer um a decifrar os textos”, disse.
Segundo o jovem, Bruno substituiu cada letra por um símbolo. Para decifrar a mensagem, Igor foi analisando as palavras escritas, vendo os símbolos que mais apareciam e, aos poucos, identificando qual letra correspondia a cada desenho. “Já temos dois códigos decifrados e outros três na fila. São extremamente simples porque ele troca uma letra por um símbolo e não as embaralhou”, explicou.
O sócio de Igor, Renoir, de 23 anos, ajudou no projeto. “Meu primeiro pensamento, quando vi os códigos e a quantidade de livros que ele escreveu, foi que teríamos muito trabalho. Então decidimos criar o site, montar um teclado virtual online no qual as pessoas poderiam ir digitando os símbolos que aparecem nas imagens e fossem convertendo em letras. E qualquer um também pode pegar as imagens e ajudar a aperfeiçoar o material decifrado”, disse.
Segundo a dupla, em um dia, 70 mil pessoas passaram pelo site, seja para ajudar a decifrar o material deixado pelo jovem desaparecido ou apenas para ler o que já foi descriptografado. "A comunidade do país inteiro está engajada para decodificar tudo", contou Renoir.
Os sócios não tiveram um contato direto com a família de Bruno nem com a Polícia Civil do Acre. “Estamos à disposição para ajudar a traduzir todo o material. Cheguei a mandar uma mensagem para o pai dele em uma rede social, mas ele disse que já estavam trabalhando nisso, mas não sei se usando o nosso site ou não”, concluiu Igor.
Família não tem notícias de Bruno desde 27 de março (Foto: Divulgação/Facebook)
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