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Presos temporários da operação "Carne Fraca" começam a deixar prisão

Por volta da 1h30 desta quarta-feira (22), quatro deles deixaram a PF em Curitiba

Por G1 22/03/2017 12h40
Presos temporários da operação 'Carne Fraca' começam a deixar prisão
Reprodução - Foto: Assessoria

Começaram a deixar a prisão os oito investigados da Operação Carne Fraca que não tiveram a prisão temporária prorrogada pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva. Por volta da 1h30 desta quarta-feira (22), quatro deles deixaram a sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, conforme apurou RPC.

Ao todo, 11 pessoas foram presas temporariamente na operação, e o prazo das detenções terminava na terça-feira (21). Porém, o juiz decidiu manter três investigados presos: o advogado Rafael Nojiri Gonçalves, e os fiscais do Ministério da Agricultura Antônio Garcez da Luz e Brandízio Dario Júnior.

As defesas de Rafael e de Antônio não foram localizadas. Já o advogado de Barandízio, Douglas Bonaldi Maranhão diz que "não existe fundamento para a prisão" e que "o investigado não tem relação alguma com os fatos descritos no inquérito policial".

O despacho sobre os presos temporários foi publicado às 23h59 de terça-feira (21). No texto, Josegrei diz que o Ministério Público Federal (MPF) havia pedido a manutenção de apenas um dos presos, Rafael Nojiri Gonçalves, porque ele ainda não havia sido ouvido pelos policiais.

No entanto, o magistrado considerou que Antônio e Brandizio também deveriam seguir detidos, pois as investigações apontam indícios de que eles participariam de um escalão intermediário no suposto pagamento de propina a fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).

No mesmo despacho, o juiz determinou também que todos os investigados liberados ficam proibidos de exercerem as funções no Mapa, bem como serão impedidos de entrar em qualquer unidade do ministério.

Além dos 11 presos temporários, há outros 25 preventivos, que não têm prazo para deixar a prisão, e um empresário que é considerado foragido. Nilson Alves Ribeiro, que vive na Itália, é suspeito de pagar R$ 350 mil em propina para fiscais do Ministério da Agricultura do Paraná, em troca de uma licença para abate de carne de cavalo no frigorífico Oregon, seu parceiro.

O empresário Nilson Umberto Sacchelli Ribeiro também era considerado foragido. Porém, na terça-feira (21), ele se entregou à PF em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O advogado dele, Alexandre Crepaldi, nega o envolvimento do cliente.

Carne Fraca

Considerada a maior operação da Polícia Federal, quando se fala em números, a Carne Fraca soma 309 mandados, sendo 37 de prisão. Do total, 36 suspeitos foram presos e apenas um continua foragido.

A PF aponta um esquema de fraude na produção e comercialização de carne. Além de corrupção envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura e produtores, a investigação encontrou indícios de adulteração de produtos e venda de carne vencida e estragada. Das 21 fábricas investigadas, 18 ficam no Paraná.

Há ainda a suspeita de que partidos políticos tenham sido beneficiados com o pagamento de propina.