Brasil
"Me deu vida", diz homem com Síndrome de Down sobre 1º emprego
Dia Internacional da Síndrome de Down é celebrado nesta terça-feira. Kássio se sente mais confiante e forte depois que começou a trabalhar.
Kássio é office boy. Descreve o trabalho de forma simples: “Eu carimbo os processos, tiro xerox”. Pode não ser o emprego dos sonhos para muita gente, mas, para ele, fez toda a diferença. Com Síndrome de Down, Kássio Vinícius Monteiro agora se sente mais confiante, mais forte e mais otimista. “Acho importante porque me deu vida. Me sinto útil”, afirmou. Nesta terça-feira (21), é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down.
Aos 27 anos, Kássio conquistou o primeiro emprego, no Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio de uma parceria do órgão com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
Hoje, já com 30 anos, ele avalia como tem crescido com a experiência. “Antes, só praticava esportes, frequentava a piscina e participava do grupo de dança. Gosto da Apae, mas o trabalho me motivou. Vi que eu era capaz de aprender mais. Estou muito feliz com o trabalho”, pontuou.Além de uma oportunidade de crescimento pessoal, Kássio considera o trabalho como uma espécie de refúgio. “Eu sei que sou diferente, mas as pessoas olham muito pra mim. Isso me incomoda. Eu fico em silêncio. Mas no trabalho, não. No trabalho, eu me sinto bem, à vontade e tranquilo”, comentou.A mãe de Kássio, Maria José Monteiro, explica que o filho não chegou a terminar os estudos, mas ainda frequenta a escola da Apae nos dias em que ele não vai para o MPPB. Para ela, a parceria foi primordial para Kássio. “Foi importantíssimo! Porque proporcionou crescimento pessoal e desenvolveu a mente dele”, comemorou.
Na Apae, Kássio e outras pessoas com deficiência têm apoio clínico, escolar, acompanhamento psicológico e ainda participa de atividades esportivas e culturais.A diretora social da Apae, Rosália Araújo, coordena a parceria entre o órgão e a associação, que é uma ação de inclusão social dentro do projeto “MP para todos”. “Esta parceria dá oportunidades para nossos usuários serem reconhecidos dentro da sociedade, superando barreiras e promovendo a inclusão com responsabilidade”, ressaltou. Além de Kássio, outras três pessoas com deficiência trabalham na Procuradoria-Geral de Justiça graças a essa parceria.Parcerias buscam inclusãoNa segunda-feira (20), o Ministério Público do Trabalho (MPT) firmou uma parceria com o Instituto Primeiro Olhar, uma Organização Não-governamental (ONG) que acompanha crianças com Síndrome de Down na primeira infância e também orienta as famílias.Segundo a procuradora do Trabalho Andressa Coutinho, para contratar PCDs, as empresas podem procurar ONGs, a Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad) e instituições formadoras do Sistema S (Senai, Senac, etc.).Programação em João PessoaNesta terça-feira (21), é lançada em João Pessoa a campanha Síndrome de Down tem Diretriz de Atenção à Saúde, em parceria da prefeitura com o Instituto Primeiro Olhar e a Associação Ame Down. O evento acontece a partir das 9h na sala do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba.A campanha é nacional e tem o objetivo de incentivar o acompanhamento médico para que as pessoas com Síndrome de Down possam ter uma vida saudável. A programação local conta ainda com outras atividades alusivas ao tema. Ainda na terça-feira (21) haverá uma oficina de gastronomia com ‘chefinhos especiais’, no Mangabeira Shopping, a partir das 16h.Na sexta-feira (24), haverá um seminário sobre o tema no auditório da Faculdade Internacional da Paraíba, das 8h às 21h. Já no sábado (25), a programação segue na Estação Cabo Branco, com oficinas e brincadeiras para os públicos infantil e juvenil, a partir das 9h. Ainda na Estação, às 10h, está programada uma mesa redonda com profissionais da área de saúde.
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