Brasil
Em Pernambuco, professores decretam greve por tempo indeterminado
Assembleia aconteceu na Praça Oswaldo Cruz, na região central do Recife
Professores da rede estadual de Pernambuco e de cinco municípios decretaram greve por tempo indeterminado em assembleia nesta quarta-feira (15), realizada no Recife. A decisão integra uma série de manifestações contra a reforma da Previdência. Os docentes fazem uma caminhada pela região central do Recife junto a outras categorias, também contra a proposta do governo federal.
De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das organizadoras do protesto pelas ruas do Recife, cerca de 40 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar não divulgou números. A manifestação, iniciada às 9h, foi encerrada por volta das 13h, na Avenida Dantas Barreto, centro do Recife.
A assembleia aconteceu na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, área central da capital e contou com a participação de professores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), Sindicato dos professores do estado de Pernambuco (Sinpro), Sindicato dos Professores do Recife (Simpere), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jabotão dos Guararapes (Sinproja), Sindicato dos professores do Cabo de Santo Agostinho (SINPC), Sindicato dos Professores em Educação do Moreno (Sinpremo) e Sindicato de Professores da Rede Municipal de Olinda (Sinpmol).
Segundo o Sintepe, a greve das categorias tem começo imediato. "Esse ato mostra a preocupação da categoria com essa reforma. Mais uma vez o trabalhador vai tem que pagar a conta do governo", acredita o presidente do Sintepe, Fernando Melo.
Presidente do sindicato dos professores de Olinda, Wildson Cruz afirma que a greve é a forma que a categoria encontrou de lutar contra a reforma. "É muito importante o professor integrar essa reivindicação contra a reforma da Previdência porque somos nós que educamos a população. Somos responsáveis pela educação desse país. Imagina só, um professor que começa a trabalhar aos 29 anos só vai poder se aposentar aos 79. Não tem como esse professor controlar uma turma de adolescentes com essa idade. Por isso chamamos de PEC da Morte", pontuou .
Respostas
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Educação do Recife e de Jaboatão dos Guararapes e aguarda resposta. A Secretaria de Educação de Pernambuco informou, por meio de nota, que "não foi comunicada, oficialmente, sobre decisão de greve da categoria de profissionais da educação" e, sendo assim, vai aguardar o comunicado para poder emitir posicionamento.
A Prefeitura do Moreno afirmou que ainda não recebeu informação sobre deflagração de greve dos professores, mas afirmou que vem cumprindo com o pagamento do piso, e pagou o reajuste retroativo a janeiro deste ano. A nota diz, ainda, que "as férias também foram pagas no mês de janeiro. O Governo Municipal também está pagando aos professores, de forma parcelada, valores referentes ao período de janeiro a abril do ano passado para completar o valor total do piso, que apenas foi pago a partir maio de 2016 pela gestão anterior".
O secretário de Educação de Olinda, Paulo Roberto Souza, também afirmou que ainda não recebeu a deliberação do Sindicato dos Professores de Olinda sobre a greve. Segundo ele, uma reunião foi realizada com representantes da categoria, no dia 6 de março, quando foram discutidas propostas de liberação de tíquetes para os servidores, autorização das progressões por tempo de serviço e por titulação e uma posição do reajuste do piso para todos os professores. Uma nova reunião será realizada no próximo dia 4 de abril.
No Cabo de Santo Agostinho, segundo a Secretaria Municipal de Educação, muitas escolas tiveram o seu funcionamento normal, a exemplo da Professor Cláudio Gueiros Leite e Professor Marivaldo Burégio de Lima, ambas no centro do Cabo, já que apenas parte dos professores decidiram aderir à paralisação nacional. O município atende 33 mil alunos em 97 escolas e 20 anexos. A rede tem cerca de 2 mil professores. A Secretaria informou também que não foi comunicada sobre a decisão de greve da categoria, mas que "tem mantido constante diálogo com a categoria e sempre cumpriu com o que determina a legislação, a respeito do piso salarial do magistério".
Manifestantes deixaram a Praça Oswaldo Cruz e saíram em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista (Foto: Thays Estarque/G1)
Caminhada
Convocados pela CUT-PE e pela Força Sindical, trabalhadores de diversas categorias se concentraram na Praça Oswaldo Cruz, na região central da capital, desde antes das 9h. O grupo saiu em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista por volta das 11h.
O ato foi contra a reforma da Previdência, proposta pelo governo do presidente Michel Temer. "Essa reforma, se seguir adiante, vai prejudicar 80% da população brasileira", acredita o vice-presidente da CUT, Paulo Rocha.
Participam também do ato a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Sindicato dos Bancários, Movimento das Mulheres e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), além de diversas outras categorias.
A caminhada seguiu até a unidade do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), na Avenida Dantas Barreto.
Dia de mobilizações
A quarta-feira (15) é marcada por protestos no Grande Recife, que afetam parte dos serviços. O metrô está funcionando apenas nos horário de pico, enquanto o VLT não opera. Escolas municipais do Recife e estaduais tiveram funcionamento parcial.
Logo cedo, pela manhã, manifestantes interditaram dois pontos da rodovia BR-101, colocando fogo em pneus. A via foi liberada por volta das 8h10, mas os reflexos no trânsito foram sentidos ao longo da manhã.
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