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Polícia começa a ouvir testemunhas da morte de fundador da Mancha Verde

Integrantes da torcida organizada também deverão ser ouvidos

Por G1 06/03/2017 10h23
Polícia começa a ouvir testemunhas da morte de fundador da Mancha Verde
Reprodução - Foto: Assessoria

A Polícia Civil começa a ouvir nesta segunda-feira (6) testemunhas do assassinato de Moacir Bianchi, um dos fundadores da torcida organizada Mancha Alviverde. Ele foi morto a tiros na última quinta-feira (2) e há imagens do crime.

Parentes da vítima, assim como outros integrantes da torcida, entre eles o atual presidente Anderson Nigro, também devem ser ouvidos.

A investigação indica que um pouco antes do crime, Bianchi participou de uma reunião na sede da Mancha. O clima foi tenso, segundo áudios de participantes divulgados na internet. A polícia investiga se ali ele já estava jurado de morte e pretende ouvir na próxima semana as pessoas que estavam na reunião.

Uma das gravações descreve um clima tenso entre Bianchi e Nigro, conhecido como Nando. A suspeita da polícia é a de que uma facção criminosa estivesse tentando controlar a atual diretoria e Bianchi, um dos fundadores, era contra.

“O Nando tava completamente alterado, meu, chamando o Moacir de bêbado, de drogado. Nessa, esse irmão, ele tá falando que ele se apresentou não sei o quê, já tava todo arrogante, mano, falando: ‘que aqui é o comando’, que não sei o quê, certo? ‘quem você acha que é você pra tomar a torcida?’ aí o Moacir falou: ‘ninguém quer tomar a torcida não, sou fundador’. Ele virou pro Moacir e falou assim: ‘ó, se até o fundador do Comando já morreu, você acha que você não vai morrer?’”, diz um dos áudios.

Outra gravação afirma que houve uma discussão. "Falaram que não tinha que resolver p... nenhuma, que agora a Mancha era do crime, não tinha mais nada de torcida lá". Em uma terceira gravação, outro suposto participante diz que haverá vingança. "Toda essa bandidagem...os "cara" vão ser tombados. Não é promessa. É juramento."

A TV Globo tentou contato com Anderson Nigro, mas ele não atendeu às ligações. A polícia também investiga outros possíveis motivos para o crime: Moacir Bianchi era dono de uma casa noturna e de um comércio em Guarujá, no litoral.

Durante a semana, a Mancha Alviverde chegou a anunciar o encerramento das atividades por tempo indeterminado. Neste sábado, a torcida organizada divulgou uma nova nota, veja abaixo a íntegra do documento: "Informamos através dessa nota que a torcida Mancha Alviverde não irá encerrar suas atividades.

Estamos passando por um momento de reestruturação, e também em respeito ao luto pela morte do nosso fundador e ex-presidente Moacir Bianchi, a torcida permanecerá com as suas atividades suspensas nos próximos dias. Pedimos para que todos os associados tenham compreensão e respeitem o momento que a entidade vem passando. Em breve retornaremos com novas informações sobre a entidade."