Brasil
Familiares se revoltam durante velório de criança morta em lanchonete do RJ
Sofia Braga, de 2 anos, foi vítima de bala perdida em Irajá

Neste domingo (22), a poucos metros do Cemiterio de Irajá, na zona Norte do Rio, a lanchonete onde ocorreu o crime era protegida com uma viatura da PM. A área de brinquedos infantis, onde a menina brincava ao ser atingida, estava às escuras e fechada.
"E um sentimento de impunidade. A gente não pode levar as crianças para brincar no parquinho. É um sentimento de revolta. O meu coração está despedaçado. Ela era muito intensa, parecia que ela tinha pressa de viver" disse a avó da criança, Sônia Regina Fernandes. Ela disse que a menina estava muito feliz de ir nos brinquedos. "Tomou um tiro lá em cima e não desceu mais", emocionou-se o avô, Gilson Fernandes.
A avó contou que o tiro que atingiu a menina entrou entre o nariz e a boça e saiu pela nuca. O pai de Sofia, o PM Felipe de Souza Amaral Fernandes, estava muito emocionado antes do enterro. Ele conta que chegou a socorrer a filha, mas não conseguiu fazer muita coisa para salvá-la. "Eu não acreditava que isso estivesse acontecendo comigo. Eu convivo com o perigo, mas nunca imaginei isso acontecendo com ela. Eu sempre imaginei isso pra mim, com ela me perdendo, do que eu a perdendo", disse o pai, muito emocionado.
"Onde está esse povo dos Direitos Humanos para ajudar a minha sobrinha? Ela chamava a filha de 'princesa Sofia'. Onde estão eles, já que só bandido tem direitos?", questionou Jacqueline Tavares, tia-avó de Sofia.
Segundo Antônio C. Costa, fundador da ONG Rio de Paz, que estava presente no enterro, foram pelo menos 18 crianças vítimas de bala perdida, como Sofia, desde 2015. Uma manifestação está marcada para a praia de Copacabana, na Zona Sul, as 14h desta segunda (23).
"O que me chama a atenção e como as histórias são muito parecidas; confronto. Mais importante do que a prisão dos bandidos é a preservação das vidas", disse Costa.
Morte após perseguição policial
A menina Sofia Braga brincava na parte externa de uma lanchonete na Avenida Monsenhor Félix, em Irajá, quando policiais militares e criminosos passaram trocando tiros.
Um dos disparos atingiu o rosto da menina, que chegou a ser levada para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas segundo a Secretaria de Estado de Saúde, a menina já chegou morta à uniudade. Imagens exibidas pela Globo News mostram o momento que o pai da menina corre com ela nos braços pedindo socorro. O criminoso envolvido na perseguição foi preso.
A Polícia Militar informou que militares do 41º BPM (Irajá) foram acionados para uma ocorrência na Avenida Automóvel Clube. Segundo as informações, um veículo havia sido roubado naquela área.
Já na via, os PMs tentaram cercar o criminoso e houve perseguição na altura da Avenida Monsenhor Felix. O veículo onde o bandido estava, capotou. Em seguida os policiais prenderam o motorista do carro roubado e com ele foi apreendido uma pistola.
Em seguida, a polícia informou que "foi constatado que uma criança havia sido ferida. Ela foi socorrida e encaminhada para o Hospital Estadual Carlos Chagas, onde morreu".
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital realizou uma perícia no local. Além disso, um procedimento policial foi instaurado para apurar as circunstâncias do crime e os agentes fazem diligências para tentar identificar e localizar o autor do disparo.
Pais desabafam
Neste domingo, a mãe de sofia publicou no Facebook um desabafo emocionado. "Deus me deu, Deus tomou. Hoje eu perdi o meu anjo. Um anjo que com 2 anos e 7 meses, me ensinou as melhores coisas da vida. Me ensinou a amar, me ensinou a viver, me ensinou o que é ter uma amiga de verdade... amigas pra sempre, como ela mesma dizia. Ela foi o melhor de mim, era o meu grude, era a minha vida!", escreveu a mãe", diz um trecho do texto.
O pai da criança, o policial militar Felipe de Souza Amaral Fernandes, esteve na manhã deste domingo (22) no Instituto Médico-Legal (IML) para reconhecer o corpo da filha. "Sofia era linda, alegre, inteligente, mais que todas as crianças que eu já tinha visto. Só trouxe alegria para mim e para a minha esposa", disse ele.
Felipe contou que estava com a família na lanchonete quando reconheceu o barulho dos tiros. Ele e a esposa procuravam pela filha que não saía do brinquedo quando percebeu que a menina estava ensanguentada.
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