Brasil

Após mortes em RR, familiares esperam por informações em frente à prisão

Ao menos 33 presos morreram na penitenciária agrícola, diz governo

Por G1 06/01/2017 12h56
Após mortes em RR, familiares esperam por informações em frente à prisão
Reprodução - Foto: Assessoria

Dezenas de familiares de presos estão em frente à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, na manhã desta sexta-feira (6) após o governo do estado informar que ao menos 33 detentos morreram na unidade durante a madrugada.

A entrada da penitenciária, que fica na BR-174, está isolada na manhã desta sexta pela Polícia Militar e carros do Instituto Médico Legal (IML) já entraram na unidade. Estrondos foram ouvidos na parte externa do presídio por volta das 9h (11h de Brasília).

Familiares que estão no local relataram ao G1 ter ficado sabendo das mortes pela imprensa e redes sociais. Eles estão no lado de fora do presidio. Há cerca de 40 pessoas na área.

"Eu soube pela mídia que ocorreram mortes no presídio e vim para cá. Vou ficar até que eu saiba o que aconteceu lá dentro", disse Dorinha Dorentina, mãe de dois presos que cumprem pena na unidade.

Parentes de detentos também foram ao IML, em Boa Vista, em busca de informações de presos mortos.

Mortes na madrugada

Na madrugada desta sexta, pelo menos 33 presos foram assasinados na Penitenciária Agrícola. Um agente que não quis ser identificado disse que as mortes ocorreram por volta das 2h30 (4h30 de Brasília).

À BBC, o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Uziel de Castro, disse que os presos foram decapitados e atribuiu o massacre a detentos do Primeiro Comando da Capital (PCC) que estavam concentrados no centro de detenção.

Alerta emitido pelo Amazonas

Na terça-feira (3), o Amazonas emitiu alerta para Roraima no intuito de avisar sobre possíveis confrontos entre presos nas unidades do estado. No domingo (1º), 56 presos foram mortos durante uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus.

Confronto de facções

Em outubro, 10 detentos morreram na penitenciária agrícola durante um confronto de duas facções rivais e familiares foram feitos reféns.  Alguns detentos foram queimados e outros decapitados. Na época, a polícia apontou 50 suspeitos. O número de mortos colocou Roraima em 9º no ranking de mortes violentas em presídios, conforme levantamento do G1.

Familiares esperam por notícias de presos em frente à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

Familiares na BR-174, via que dá acesso à Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)

Familiares também aguardam no IML por informações de detentos mortos (Foto: Marcelo Marques/G1 RR)