Brasil
Morre aos 93 anos o jornalista político Villas-Bôas Côrrea
O mais antigo jornalista político do país morreu na noite desta quinta-feira (15), no Hospital São Lucas

Villas Bôas tinha 93 anos, era viúvo e deixa dois filhos, três netos e três bisnetos. Ele será cremado, mas ainda não há informações sobre o dia.
Villas-Bôas Corrêa nasceu em 2 de dezembro de 1923, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Sua trajetória começou em 1948, no extinto jornal A Notícia, escrevendo pequenas notas. Ao lado do fotógrafo José Rodrigues, naquela época, Villas-Bôas cobria diversas pautas por dia, inclusive policiais. Villas-Bôas também trabalhou no Diário de Notícias, jornal O Dia, Jornal do Brasil, O Estado de S.Paulo – onde passou 23 anos na sucursal do Rio de Janeiro –, Rádio Nacional. Villas-Bôas trabalhou boa parte de sua vida no Jornal do Brasil, foram 30 anos dedicados ao jornal. A última coluna dele no Jornal Brasil foi em agosto de 2011, a Coisas de Política.
O jornalista também foi comentarista político da TV Bandeirantes e da extinta TV Manchete. Um comentarista de estilo elegante, sofisticado e profundo. Ao longo de todos estes anos, ele acompanhou de perto os principais fatos políticos do país, como a transferência da capital para Brasília, o golpe de 1964, a ditadura militar, a anistia, as Diretas Já. Um analista privilegiado de momentos marcantes da história do país.
Aos 85 anos, o analista político se autodefiniu como o “último sobrevivente da geração que cunhou o modelo de reportagem política que ainda hoje se pratica”.
O jornalista tem dois livros de memórias publicados: Casos da fazenda do Retiro (2001) e Conversa com a Memória: a História de meio século de jornalismo público (2002), a autobiografia de um repórter político.
Villas-Bôas Corrêa entrou na Faculdade Nacional de Direito em 1943, onde presidiu o centro acadêmico. Foi na Faculdade que desenvolveu seu perfil de analista político, o mais antigo do país. Se formou em 1947, quando já era funcionário público do Serviço de Alimentação da Previdência Social (Saps).
"Meu segundo filho nasceu de cesariana e eu não tinha como pagar os 13 contos de réis das despesas com o hospital. Na verdade, só tinha 5 ou 6 contos de réis para o parto normal. Com o salário de funcionário público, jamais conseguiria saldar a dívida. Então, tive a ideia de tentar um emprego na imprensa junto ao meu sogro, o jornalista Bittencourt de Sá, na época aposentado. Ele me orientou a procurar o colega Silva Ramos, homem forte do jornal A Notícia, de propriedade de Cândido de Campos", contou Villas-Bôas Corrêa em entrevista à Associação Brasileira de Imprensa.
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