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Adolescentes que roubaram e mataram padre no MT são condenados

Padre João Paulo Nolli, de 35 anos, foi estrangulado em Rondonópolis

Por G1 12/12/2016 14h27
Adolescentes que roubaram e mataram padre no MT são condenados
Reprodução - Foto: Assessoria

Os três adolescentes que roubaram e mataram o padre João Paulo Nolli, de 35 anos, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, foram condenados a cumprirem medidas socioeducativas por prazo indeterminado. A medida, da juíza Maria das Graças Gomes da Costa, foi confirmada pelo promotor de Justiça da Infância e Juventude, Ari Madeira Costa.

O padre desapareceu no mês de outubro deste ano e foi encontrado morto em um terreno baldio da cidade. Os três adolescentes, com idades dentre 16 e 17 anos, foram detidos e confessaram o crime. O Ministério Público Estadual (MPE) chegou a conclusão que João Paulo ofereceu carona aos adolescentes. Durante o trajeto, os adolescentes planejaram roubar a vítima.

O sacerdote reconheceu um dos adolescentes e acabou morto pelo grupo. Os adolescentes ficaram com receio de serem identificados posteriormente, conforme concluiu o MPE.

De acordo com o promotor, os três adolescentes envolvidos deverão se submeter à medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado, com avaliações psicossociais a cada seis meses.

As medidas socioeducativas cessam quando os envolvidos atingirem 21 anos. No entanto, o promotor declarou que não há como prever se novas medidas serão aplicadas após esse período.

Os três adolescentes estão detidos no Centro Socioeducativo de Cuiabá, antigo Complexo do Pomeri. João Paulo era pároco da Paróquia São José Esposo, em Rondonópolis.

O crime

Segundo MPE, os adolescentes estavam em um shopping da cidade e, saindo de lá, passaram em um bar. Depois de ingerirem bebida alcoólica, foram para casa, num longo percurso a pé, andando tranquilamente, ocasião em que chegaram a usar maconha.

Padre João Paulo Nolli foi morto após reconhecer um dos adolescentes (Foto: Câmara Municipal de Rondonópolis)

As afirmações são feitas com base nas filmagens que foram colhidas das câmeras de segurança espalhadas nas empresas ao longo das ruas em que caminhavam os adolescentes, bem como nas ligações telefônicas recebidas e efetuadas por eles, além das confissões.

O MPE descartou que os adolescentes planejaram previamente o roubo, o assassinato ou que estavam a serviço de outras pessoas. Foi a primeira infração grave em que os três se envolveram. Pela quebra do sigilo telefônico, o MPE também constatou que não houve nenhum contato anterior entre o padre e os adolescentes.

Corpo do padre foi deixado em um terreno baldio no Bairro Rosa Bororo, em Rondonópolis (Foto: Reprodução/TVCA)

Existem indícios de que, no momento das agressões, o padre teria sido reconhecido por um dos adolescentes que já havia prestado serviços na construção de uma escada na paróquia da vítima. A partir desse momento surgiu o receio de que os adolescentes fossem identificados posteriormente, caso deixassem o padre ir embora.

Carro do padre foi deixado no Bairro Jardim Europa, um loteamento em construção afastado em Rondonópolis (Foto: Polícia Civil de MT)

João Paulo ainda chegou a lutar pela própria vida, pois se livrou dos adolescentes e saiu correndo e gritando por socorro, momento em que foi perseguido, imobilizado e morto.