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Último procurado na Operação Calicute se entrega à Polícia Federal no RJ

Ex-assessor de Cabral se entregou na sede da PF, no Centro do Rio de Janeiro

Por G1 17/11/2016 16h27
Último procurado na Operação Calicute se entrega à Polícia Federal no RJ
Reprodução - Foto: Assessoria

O administrador de empresas, Paulo Fernando Magalhães Pinto, ex-assessor do ex-governador Sérgio Cabral, foi o último a ser preso nesta quinta-feira (17) na Operação Calicute. Ele se entregou no início da tarde na sede da Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio. De acordo com as investigações, Magalhães Pinto mantêm relações próximas com Cabral.

Segundo "O Globo", no período em que esteve separado da mulher, o ex-governador morou no apartamento de Magalhães Pinto. Ele é apontado pelos investigadores como um "laranja" de Sérgio Cabral.

Ainda de acordo com investigação do Ministério Público Federal, Magalhães Pinto é suspeito de lavagem de dinheiro e ocultação de ativos.

Segundo informações dadas pelo RJTV, a lancha Manhatan Rio, estava guardada na marina do condomínio Portobello, em Mangaratiba, no Rio, onde Cabral tem casa.

A lancha está registrada no nome de MPG Participações, empresa que seria de Paulo Fernando Magalhães, mas que pertenceria, de fato, a Sérgio Cabral. Em Mangaratiba  também foi apreendida uma motoaquática e obras de arte.

Operação no Rio e no interior

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta, o ex-governador Sérgio Cabral sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos. Ele é alvo de uma operação que apura desvios em obras do governo estadual. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.

Além de Cabral, a Justiça Federal expediu oito mandados de prisão preventiva (sem prazo determinado), dois mandados de prisão temporária (com prazo de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco) e 14 de condução coercitiva (quando o suspeito é obrigado a ir prestar depoimento). Três deles foram presos no interior do estado.

Em Volta Redonda, Luiz Paulo Reis e José Orlando Rabelo foram presos preventivamente. Eles têm ligações com Hudson Braga, ex-secretário de Obras de Cabral e ex-secretário de Administração de Volta Redonda.

Luiz Paulo é apontado pelo Ministério Público como "testa de ferro" de Hudson e um dos operadores do esquema investigado. Orlando é apontado por delatores como "recebedor de propina" a mando do ex-secretário, de quem foi chefe de gabinete.

Já em Paraíba do Sul, policiais federais estiveram em uma propriedade rural no distrito de Sebollas, que pertenceria a Carlos Emanuel de Carvalho Miranda. Ele é sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação, criada pelo ex-governador em 2003, quando era senador. Carlos Emanuel foi consultor de orçamento na Assembleia Legislativa quando Cabral presidiu a Casa. Ele foi preso preventivamente por supostamente atuar como operador de propina no esquema investigado.

Hudson Braga foi preso preventivamente (sem prazo para terminar) no Rio, também na manhã desta quinta, acusado de fazer parte de um grupo que desviou mais de R$ 220 milhões em contratos com construtoras. Entre as obras, estão a do arco metropolitano e a reforma do Maracanã.