Turismo

Santuário Santa Tereza deve reabrir

Reserva localizada em Atalaia foi fechada por decisão judicial no início da alta temporada, mas município tenta reverter situação

Por Claudio Bulgarelli com Tribuna Independente 05/01/2023 06h35 - Atualizado em 05/01/2023 16h39
Santuário Santa Tereza deve reabrir
Santuário fica na Fazenda Santa Tereza, propriedade da massa falida do Grupo João Lyra, é muito procurado por nativos e turistas no verão - Foto: Edilson Omena

Depois de um mandado de despejo para desocupação compulsória do imóvel conhecido como Fazenda Santa Tereza, que se encontra dentro do processo da massa falida do Grupo João Lyra, localizado na zona rural de Atalaia, através de uma ação tendo como autor João Luiz Pereira de Lyra, o falecido usineiro João Lyra, a pedido de sua filha e herdeira, Lourdinha Lyra, o Santuário Santa Tereza, fechado nas últimas 48 horas, provocou uma reação em cadeia que reuniu os permissionários, parte do trade turístico do município, celebridades como o ex-jogador Aloísio Chulapa e até a prefeita Cecília Rocha, todos em defesa da reabertura do santuário.

Na manhã da última segunda-feira (3), em pleno início da alta temporada e com reservas de mais de 200 pessoas, entre turistas e nativos, o gestor do santuário, Jorge Ferreira de França, além dos permissionários que exploram os serviços de bar e restaurante, num total de seis barracas com 50 colaboradores, inclusive a famosa Til Sil, que mantém no local um dos restaurantes mais conhecidos de Alagoas, foram surpreendidos por uma ação de Despejo por falta de Pagamento Cumulado com Cobrança, emitido pelo Juiz de Direito da Vara do Único Ofício de Atalaia, João Paulo dos Santos. A ordem era para o fechamento imediato do santuário e a retirada, entre 24 horas, de todos os equipamentos dos permissionários.

A ordem de fechamento gerou uma onda de protestos. Primeiro do gestor, que mesmo estando diante do final do contrato de permissão da exploração do santuário, garantiu que tentou, sem sucesso, a renovação do contrato e que os pagamentos mensais estavam sendo feitos. Depois dos permissionários, que não puderam trabalhar e atender os turistas. O gestor, no entanto, garantiu que já moveu outras ações para reabrir o santuário, que garante a manutenção de 50 postos de trabalho, além de movimentar boa parte da economia do município com o turismo.

Tia Sil, que mantém seu restaurante há 4 anos e que emprega 12 colaboradores, afirmou que o fechamento do santuário significa o maior desastre para o turismo de Atalaia. “Como vamos fazer agora, sem trabalho, com o santuário fechado. A cada dia fechado, pessoas vão passar fome, porque daqui sai nossa sobrevivência. E os centenas de turistas que todos os dias chegam aqui, ficam hospedados nas pousadas e usam outros serviços, como churrascarias. E o pior, como alguém, toma uma atitude dessas no mês mais importante para o turismo”. O proprietário da Pousada Atalaia, seu Francisco, também protestou contra o fechamento, afirmando que muitas reservas foram canceladas.

A movimentação para a reabertura do santuário chegou até o Gabinete da prefeita Cecília Rocha. O procurador efetivo do município e presidente do Conselho Municipal de Turismo, Márcio Roberto Tenório, foi enfático ao afirmar que o município está tomando todas as providências para entender a ação judicial de fechamento, e tentar reverter a situação e reabrir o mais rápido possível o santuário ecológico Santa Tereza.