As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Benedito Bentes, Santa Lúcia e Trapiche da Barra, em Maceió, oferecem, gratuitamente, o serviço emergencial para casos de exposição ao Vírus da Imunodeficiência Humana, também conhecido como HIV/Aids.

O serviço é destinado aos pacientes que, por exemplo, mantiveram relação sexual sem preservativo e quando o quadro de saúde do parceiro ou parceira é desconhecido. Para esses casos, é adotada a estratégia preventiva conhecida como Profilaxia Pós-Exposição (PEP).

“A PEP é um antirretroviral com caráter de urgência, uma estratégia de proteção contra o vírus que deve ser iniciada em até 72 horas após a relação sexual”, explica a Dra. Mardjane Lemos, médica infectologista da rede de saúde de Maceió. “Quanto mais cedo for iniciada, maior a eficácia. É um método comprovadamente eficaz, no entanto, não substitui o uso do preservativo, pois só protege contra o HIV”, acrescenta.

Além do vírus causador da Aids, a PEP também reduz o risco de infecção às hepatites virais, à sífilis e a outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Do teste rápido à medicação

Para iniciar o tratamento, basta procurar uma das três unidades, geridas pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), e informar o assunto durante a triagem ou com o médico. E em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), o sigilo das informações é garantido.

Na consulta, o médico solicita o teste rápido, a fim de confirmar o diagnóstico. Caso o resultado seja positivo, o paciente é encaminhado para o Serviço de Atenção Especializada (SAE), pois a presença do HIV/Aids no organismo já está confirmada.

“No caso de resultado negativo, o paciente segue para a consulta, onde o médico vai avaliar os riscos, a janela imunológica, o tipo e o tempo de exposição, e se está na janela das 72 horas”, esclarece Walma Marinho, diretora-geral da UPA Santa Lúcia. “Dessa forma, prescreve a medição para 28 dias, que é oferecida pela própria unidade, com as orientações e devidos encaminhamentos”, pontua.

De acordo com o boletim epidemiológico HIV e Aids 2024, do Ministério da Saúde, de 2013 a 2023, o número de detecções de Aids no estado de Alagoas cresceu em 36,9%, enquanto a mortalidade pela doença aumentou 6,9%. Além disso, Maceió ocupa o sexto lugar no ranking entre as capitais, segundo o índice composto, que abrange indicadores como detecção, mortalidade, entre outros, no período de 2019 a 2023.