Saúde

Paralisação prossegue no Hospital Veredas

Trabalhadores decidem continuar com greve até que direção do hospital cumpra promessa e quite dívidas em atraso

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 19/11/2024 07h58
Paralisação prossegue no Hospital Veredas
Direção do Hospital Veredas prometeu, mas não cumpriu compromisso de pagar restante das dívidas - Foto: Assessoria

Segue, por tempo indeterminado, a greve dos funcionários do Hospital Veredas, iniciada no último dia 11. Até o dia de ontem, as diversas categorias profissionais aguardaram, sem resposta, a promessa feita pela direção da unidade de saúde de quitar o restante dos atrasados que compreende o mês de outubro, o complemento do piso salarial da enfermagem e as férias. O que não aconteceu, conforme a presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Cinthia Carvalho.

Na semana passada, no primeiro dia de greve, os servidores ficaram até esperançosos ao conseguirem uma vitória parcial quando a direção da unidade de saúde pagou os meses de agosto, setembro, a pensão alimentícia e o 13° salário de 2022.

Esta é terceira greve deste ano. A mais recente foi em agosto. Segundo o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, os funcionários decidiram manter a paralisação por já terem dado, anteriormente, vários votos de confiança à direção do Veredas.

“Desta vez só retomamos ao trabalho na sua integralidade com o pagamento de todos os direitos atrasados”, garantiu.

O atendimento no Hospital Veredas será mantido, em regime de escala de plantão, por 30% dos servidores. Os atos de paralisação acontecerão em frente ao Hospital Veredas.

Mário Jorge Filho calcula que cerca de 1.500 servidores estão com seus rendimentos atrasados. “Essa paralisação é um pedido de socorro. Estamos falando de dignidade, de salários atrasados. Temos servidores em estado extremo de necessidade financeira. Alguns são marido e mulher e trabalham apenas no Hospital Veredas. Alguns funcionários estão correndo o risco de serem presos, por não estarem honrando o pagamento de pensão alimentícia. Estamos falando de profissionais de todas as categorias, do nível médio até o nível superior”, desabafou Mário Jorge Filho.

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros afirmou que muitos trabalhadores estão endividados, com ordem de despejo de suas casas, com mensalidades escolares dos filhos atrasadas, faltando comida à mesa para suprir as necessidades da família.

“Isso sem falar no adoecimento mental, principalmente levando-se em conta que a enfermagem é uma categoria majoritariamente feminina, sendo muitas vezes única provedora da casa. A situação é bastante delicada”, acrescentou.

O Hospital Veredas, quando operando de forma adequada, possui capacidade para atender casos de média e alta complexidade. No entanto, devido à sua crise prolongada, vários serviços estão deixando de ser prestados e há, inclusive, repercussão em outros estabelecimentos do Estado.

Os trabalhadores contam com o apoio dos Sindicatos dos Enfermeiros no Estado de Alagoas (Sineal), dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sateal), dos Empregados em Estabelecimento de Serviços de Saúde, dos Técnicos de Radiologia e Auxiliares, dos Técnicos e Auxiliares de Laboratório.