Saúde

Mulheres mastectomizadas pelo câncer de mama têm reconstrução mamária assegurada

Criado pelo Governo de Alagoas, programa Ame-Se proporciona grande impacto na vida de pacientes que superaram a doença

Por Neide Brandão / Ascom Sesau 24/10/2024 01h16
Mulheres mastectomizadas pelo câncer de mama têm reconstrução mamária assegurada
Programa Ame-se impacta na vida de pacientes que superaram o câncer de mama e conseguiram a reconstrução das mamas - Foto: Olival Santos / Ascom Sesau

Durante o Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, é impossível não destacar o Programa Ame-se, iniciativa do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que tem transformado a vida de muitas mulheres que enfrentam a doença. Com foco na reconstrução mamária, a estratégia tem sido um suporte para aquelas que já concluíram os tratamentos oncológicos e desejam restaurar a autoestima.

Entre as mulheres beneficiadas pelo Ame-se estão Salaciane Félix, 34 anos, e Elielma dos Santos, 36 anos, que compartilham experiências marcantes. As duas, após passarem pelo processo de diagnóstico, o árduo e doloroso tratamento, conseguiram se recuperar e, graças ao programa, foram submetidas ao processo de reconstrução mamária, escrevendo assim uma nova página em suas vidas.

Salaciane descobriu o câncer em 2019, após sentir dores nas mamas. Ela passou por uma cirurgia de reconstrução mamária realizada no Hospital Metropolitano de Alagoas, e se mostrou satisfeita com o resultado. "Depois que fiz a reconstrução da mama estou muito feliz, com a autoestima lá em cima", frisou, ao estampar um sorriso no rosto.

Elielma, por sua vez, recebeu o diagnóstico aos 29 anos. Durante a amamentação da filha mais nova, percebeu um nódulo. "Os médicos inicialmente desacreditaram que fosse câncer devido à minha idade, mas a biópsia confirmou o diagnóstico", relatou.

Ela enfrentou um tratamento intenso, que incluiu quimioterapia, radioterapia e mastectomia. Agora, em fase de finalização da reconstrução mamária, agradeceu ao Ame-se. "Estou bem e super realizada. O diagnóstico não é certeza de morte; com fé, apoio familiar e psicológico, é possível vencer", afirmou.

Para o secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, o Programa Ame-se não se resume apenas a uma iniciativa de saúde pública, mas, segundo ele, é uma ação social. "O Ame-se cumpre um papel social importantíssimo, porque para a mulher que venceu o câncer de mama, mas teve que fazer a supressão do seio, poder reconstrui-lo depois eleva a sua autoestima e a possibilitar seguir a vida sem estar com uma parte do corpo mutilada em razão da doença. Por isso, a nossa satisfação em assegurar este programa tão importante para as alagoanas", frisou o gestor da saúde estadual.

O Programa Ame-se

A médica Carolina Fioretto, mastologista especializada em reconstrução de mamas e responsável pelo programa, explicou a importância do Ame-se para a população alagoana. "É o único do SUS em Alagoas voltado para reconstruções mamárias pós-tratamentos de câncer. Atendemos pacientes de toda a rede oncológica que completaram o tratamento e preenchem os critérios do programa", detalhou.

Desde 2021, o programa tem evoluído, operando cerca de quatro pacientes por mês e realizando atendimentos quinzenais no Ambulatório do Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió. A especialista enfatizou que a proposta vai além da estética. "Estamos aqui para melhorar a qualidade de vida e a autoimagem das pacientes, devolvendo a elas a imagem de vencedoras", frisou a médica.

Acesso

Para ser incluída no Ame-se e ter acesso ao processo de reconstrução mamária, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde do município de residência e solicitar o encaminhamento pelo Sistema de Regulação. “Em um mês em que se fala sobre prevenção e diagnóstico do câncer de mama, é fundamental também dar visibilidade àqueles que já venceram a doença e buscam reconstruir suas vidas e suas imagens. Isso é o que o Programa Ame-se faz”, pontuou Carolina Fioretto.

O diretor do Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), Filipe Fernandes, ressaltou ainda que o programa é um exemplo inspirador de como a saúde pública pode transformar vidas. “As histórias de Salaciane e Elielma são um lembrete poderoso de resiliência e esperança, mostrando que, com apoio e amor, é possível superar até os desafios mais difíceis”.