Saúde
Prefeitura libera R$ 14 milhões para o Veredas, mas trabalhadores seguem sem salário
Funcionários estão em greve e fecham parte da Avenida Fernandes Lima em protesto
Funcionários do Hospital Veredas completam, ontem (22), 15 dias de paralisação. O grupo reivindica o pagamento de três meses de salários atrasados, o repasse do 13º de 2022, o pagamento da multa pelo descumprimento do não-pagamento do 13º, o complemento do piso salarial da enfermagem e o terço das férias.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sateal), Mário Jorge Filho, afirmou que até a tarde de ontem, o grupo estava esperançoso acreditando que iria receber todo o atrasado uma vez que a prefeitura de Maceió destinou mais de R$14 milhões ao Hospital Veredas. O repasse de recursos oriundos de emenda parlamentar foi publicado no Diário Oficial do município da última quarta-feira, dia 21.
“A prefeitura de Maceió fez uma dispensa de chamamento público concedendo ao Hospital Veredas, através de termo de fomento, um repasse no valor de R$14.275.132, recursos oriundos de emenda parlamentar. O dinheiro entrou. O hospital não paga aos trabalhadores porque não quer pagar. O Veredas precisa ter responsabilidade e pagar o que é de direito dos trabalhadores. Até que a situação seja regularizada, o movimento continua”, assegurou Mário Jorge Filho.
Segundo as lideranças, em reunião realizada com os sindicatos que representam as diversas categorias em greve, os representantes do Hospital Veredas afirmaram que esses recursos eram aguardados para entrar nas contas do hospital e que os valores serviriam para pagar os funcionários. O que não aconteceu até o fechamento desta edição.
Estão em greve técnicos em enfermagem, setor de radiologia, laboratório, serviços administrativos, serviços gerais, entre outras áreas.
Segundo as lideranças trabalhistas, cerca de 1.500 servidores estão sem receber salários. A única categoria que não entrou em greve foi a dos enfermeiros.
O atendimento no Hospital Veredas está sendo mantido, em regime de escala, por 30% dos servidores. O grupo está se revezando diariamente no canteiro da Avenida Fernandes Lima.
O movimento grevista divide opiniões entre os maceioenses. Enquanto parte da população reclama dos funcionários quando bloqueiam a principal avenida da capital, parte passa acenando, buzinando e gritando palavras de apoio aos funcionários.
Conforme o Sateal, o movimento grevista continua. “Os funcionários estão mobilizados. É um gesto de socorro. Estamos falando de dignidade, de salários atrasados. Temos servidores em estado extremo de necessidade financeira. Alguns são marido e mulher e trabalham apenas no Veredas.
Outros estão correndo o risco de serem despejados por não pagar aluguel há meses. Outros correndo o risco de serem presos, por não estarem honrando o pagamento de pensão alimentícia”, desabafou o presidente Mário Jorge Filho.
Outra preocupação dos trabalhadores é que nenhum deles sofra retaliação por ter participado da paralisação.
O presidente do Sateal garantiu que encaminhou ao Ministério Público do Trabalho, a demanda do Hospital Veredas. Procurado, o MPT/AL não se pronunciou. A direção do hospital também não se manifestou até o fechamento desta edição.
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