Saúde
Tripulantes de navios ancorados na Barra de Santos são desembarcados e internados com malária
Trabalhadores apresentaram sintomas como fraqueza muscular, febre e dor no corpo. A Anvisa determinou a desinsetização das duas embarcações e a testagem dos demais tripulantes
Dois tripulantes, de navios com bandeira das Ilhas Marshall, foram internados com malária em Santos, no litoral de São Paulo. As embarcações graneleiras vindas da Nigéria e Costa do Marfim ficaram ancoradas na Barra de Santos, afastadas da costa e área de atracação, passarão por desinsetização - ação que visa eliminar mosquitos infectados com a doença.
O primeiro caso de malária foi confirmado na última quinta-feira (4). Segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS), o paciente filipino, de 27 anos, estava na embarcação Genco Picardy, que saiu do continente africano em 20 de junho.
Além de febre e dor no corpo, o paciente teve fraqueza muscular. De acordo com o médico Gilberto Martins Maria, que o atendeu no Hospital Beneficência Portuguesa de Santos, ele estava muito debilitado.
“Nós desembarcamos o paciente, levamos para o hospital, fizemos os devidos exames. E, no momento que foi confirmado o caso de malária, ele foi internado”, disse o profissional em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo.
Outro caso
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), outro caso foi identificado na embarcação Common Galaxy, que veio a Santos após passar pela Costa do Marfim.
Com febre, dor no corpo, dificuldade de respirar e dormência nas mãos, o tripulante foi desembarcado no último domingo (7) para atendimento médico e também permanece internado.
"A Anvisa determinou a desinsetização das duas embarcações e a testagem dos demais tripulantes, o que ainda não ocorreu devido ao mau tempo, impossibilitando a ida a bordo da equipe laboratorial", disse a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Os dois casos foram notificados para a APS e vigilância epidemiológica municipal e estadual para as demais providências pertinentes.
O que é Malária?
Essa doença infecciosa é transmitida a partir da picada de mosquitos da família Anopheles, que são muito comuns em regiões tropicais e úmidas. Em algumas partes do Brasil, eles são conhecidos como mosquito prego.
O agente causador é protozoário Plasmodium e há cinco tipos diferentes dele. Os mais comuns são o falciparum, o vivax e o malariae.
O parasita causador da malária tem uma capacidade de mutação muito grande. E isso faz com que seja quase impossível desenvolver imunidade após a infecção.
Após entrar no organismo humano, esse parasita viaja pela corrente sanguínea e se instala nas células do fígado. Após um tempo de maturação, ele volta ao sangue e invade as células vermelhas (também conhecidas como hemácias).
Ao longo desse processo, as células hepáticas e sanguíneas são destruídas, o que provoca sintomas como febre alta, dor de cabeça, calafrios, dor no corpo e perda de apetite.
Na sequência, o mosquito Anopheles pica a pessoa com malária e suga o sangue infectado, criando novas cadeias de transmissão na comunidade.
O Relatório Mundial sobre Malária, da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que 241 milhões de pessoas foram diagnosticadas em 2020 e, aproximadamente, 627 mil perderam a suas vidas devido à doença. Já a Agência de Saúde Global (Unitaid) afirma que 70% dessas são crianças com menos de 5 anos.
Os principais sintomas incluem:
Febre alta
Calafrios
Tremores
Sudorese
Dor de cabeça
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