Saúde

Julho amarelo: Alerta sobre perigos das hepatites

Por Valdete Calheiros - Colaboradora / Tribuna Independente 05/07/2024 09h22
Julho amarelo: Alerta sobre perigos das hepatites
Fernando Maia: população deve observar fontes de transmissão - Foto: Sandro Lima/arquivo

O Julho “amarelo” é o mês voltado a conscientizar a população sobre os cuidados necessários a fim de evitar contrair as hepatites virais. Doenças de manifestações muitas vezes silenciosas, mas que atingem o fígado e podem levar à morte.

A campanha Julho Amarelo enfatiza a importância de cuidados básicos para a prevenção das hepatites, tais como: uso de preservativos em todas as relações sexuais, vacinação contra hepatite B, disponível em todas as unidades de saúde, evitar o compartilhamento de materiais perfurocortantes, como agulhas, seringas e alicates, e realização regular de testagens, pelo menos uma vez ao ano.

Em Alagoas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), nos seis primeiros meses deste ano, foram contabilizados 71 casos de hepatites virais, sendo 1 de hepatite A, 43 de B, e 27 de C. Em todo o ano de 2023, foram registrados 287 casos de hepatites virais, dos quais 121 ocorreram de janeiro a junho, sendo um de hepatite A, 85 de B e 35 de C.

Conforme as explicações do médico infectologista Fernando Maia, as duas principais hepatites que mais requerem cuidados são as hepatites B e C. Sobre a hepatite B, a doença é transmitida pelo contato sexual e também pelo sangue.

“Então, tatuagem, agulha e qualquer equipamento que entre em contato com o sangue como cortador de unha, alicate de unha, escova de dente e também dentro do hospital pode haver essa transmissão por sangue. A vantagem da hepatite B é que ela tem vacina, que já é uma vacina aplicada nas crianças ainda na primeira infância. Inclusive, a primeira dose geralmente é aplicada dentro do hospital ainda, assim que a criança nasce, já recebe a primeira dose da vacina”, detalhou o médico.

E a tendência, segundo Fernando Maia, é conseguir começar a controlar os novos casos de hepatite B à medida que a vacinação avança. Há, no entanto, acrescentou o médico, as pessoas que têm a hepatite B crônica que traz consigo riscos como cirrose hepática e câncer de fígado.

“São essas as duas principais complicações”, salientou. Em relação à hepatite C, a transmissão a transmissão é principalmente parenteral, então a transmissão é por agulha, por seringa, tatuagem, transfusão de sangue. “Praticamente não há transmissão por relação sexual. Muita gente hoje tem a hepatite C crônica porque pegou por transfusão de sangue antes de 1983. Foi naquele ano que o vírus foi isolado e começou a fazer testes para a triagem de doadores de sangue, por exemplo. Antes disso ninguém sabia e muitas pessoas se infectaram nessa época por conta disso”, detalhou o infectologista.

Ainda segundo Fernando Maia, a hepatite C apresenta maior risco de desenvolver câncer de fígado e cirrose do que a hepatite B. Não existe ainda, vacina para hepatite C. Em compensação, o tratamento para esse tipo de hepatite é muito mais fácil.