Saúde

Dengue: Maceió investiga três óbitos suspeitos

Três pessoas já morreram vítimas da doença este ano em AL; Saúde ainda estuda data para iniciar vacinação

Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente 01/05/2024 19h50 - Atualizado em 01/05/2024 19h55
Dengue: Maceió investiga três óbitos suspeitos
Secretaria de Estado da Saúde ainda está montando estratégias para a vacinação contra a dengue - Foto: Ascom Sesau / Ilustração

A Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS) investiga três óbitos que podem ter ocorrido em decorrência da dengue. Os bairros em que as pessoas residiam, bem como idade e sexo foram mantidos em sigilo pela Secretaria. Outros dois óbitos inicialmente suspeitos de terem sido causados pela dengue, já foram descartados.

Até o início desta semana, a capital somou 1.884 casos prováveis de dengue, dos quais 1.764 casos já foram confirmados. Em comparação ao ano anterior, quando foram confirmados 740 casos da doença durante o mesmo período, houve um aumento de 138,38%.

Ainda de acordo com a SMS, o bairro do Benedito Bentes e conjuntos ao redor lideram o ranking com maior incidência de casos da doença. São 407,94 casos a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar vem Pontal da Barra com 381,24 a cada grupo de 100 mil habitantes e Jacarecica abriga 308,44 casos a cada 100mil habitantes.

Três pessoas morreram em decorrência da dengue no estado de Alagoas. Atalaia, Viçosa e Porto de Pedras são as cidades das vítimas. De janeiro até abril o Estado contou com 7.747 casos suspeitos de dengue, dos quais 4.325 foram confirmados. No mesmo período do ano passado foram 2.515 casos suspeitos, sendo 1.536 confirmados.

Atualmente, cinco óbitos estão sob investigação, procedentes dos municípios de Teotônio Vilela, Boca da Mata e São Luís do Quitunde, um óbito suspeito em cada um desses municípios. De acordo com a Sesau, Maceió tem dois óbitos em investigação.

Embora as estatísticas estejam aumentando nos últimos dias, a SMS não tem previsão ainda de quando começara a vacinar contra a dengue. A pasta está aguardando orientações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Apesar de Alagoas ter recebido do Ministério da Saúde 22.180 doses da vacina Qdenga, na última sexta-feira, dia 26 de abril, a Sesau ainda não traçou as estratégias de distribuição das doses, nem para Maceió, nem para os demais municípios que também receberão o imunizante.

A quantidade representa uma primeira remessa que, ao final, somarão 88.694 doses. Neste primeiro momento, além de Maceió, o imunizante será enviado para 12 municípios da I Região de Saúde.

Maceió tem 65.327 doses da vacina nesta remessa; Rio Largo, 7.670 Marechal Deodoro, 4.710; Coqueiro Seco, 462; Santa Luzia do Norte, 509; Satuba, 1.821; Barra de São Miguel, 603; Pilar, 3.017; Messias, 1.312; Flexeiras, 808; Paripueira, 1.087; e Barra de Santo Antônio, 1.368.

O público-alvo é formado por crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, que concentram a maior proporção de hospitalizações por dengue.

Estado JÁ CONFIRMOU quase QUATRO mil casos da doença somente este ano

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), desde o início de 2024, foram notificados 6.804 casos suspeitos de dengue, dos quais 3.756 já confirmados. As estatísticas sobre a dengue são divulgadas semanalmente. O número é bastante superior ao registrado no mesmo período em 2023, quando a Sesau somou 2.300 casos suspeitos, sendo 1.393 confirmados.

A secretária executiva de Vigilância em Saúde, enfermeira Thalyne Araújo, esteve na sede do PNI para receber as primeiras doses enviadas a Alagoas. Segundo ela, durante essa semana, haverá reuniões com todos os municípios para criar estratégias de início da campanha de vacinação contra a dengue.

As doses destinadas para aplicação da segunda dose (D2) serão enviadas posteriormente, considerando o intervalo recomendado de três meses para completar o esquema de vacinação.

De acordo com o Ministério da Saúde, a dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses. No Brasil, o vetor é a fêmea do mosquito Aedes aegypti. Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém, as pessoas com idade mais avançada e as que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.

Em relação aos casos de chikungunya, em Maceió, foram registrados 127 casos prováveis, sendo 109 confirmados e nenhum óbito. No mesmo período de 2023 foram confirmados 241 casos da doença, correspondendo a uma redução na ordem de 54,77% do ano anterior.

A chikungunya tem maior prevalência nos bairros do Canaã com 56,09 casos a cada 100mil habitantes. Na sequência, estão Pontal da Barra com 38,12 a cada 100 mil habitantes e o Centro com 33,93 a cada 100 mil habitantes.