Saúde

Não se pode dissociar saúde física e mental, diz médico

Luiz Gustavo Omena explica que adoecimento psíquico muitas vezes é silencioso e solitário

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 12/01/2024 08h20 - Atualizado em 12/01/2024 09h44
Não se pode dissociar saúde física e mental, diz médico
Luiz Gustavo: “Existe forte estigma para se cuidar da mente” - Foto: Divulgação

A expressão Janeiro Branco traz como foco a preocupação com a Saúde Mental, assunto bastante debatido – o ano inteiro – pela área médica, em especial os psiquiatras e também pelos psicólogos.

O médico psiquiatra Luiz Gustavo Omena, graduado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com residência médica no Serviço de Saúde Doutor Cândido Ferreira em Campinas, São Paulo, afirmou que não se pode dissociar saúde física da saúde mental.

Para mostrar que essa separação é impossível, ele citou a própria definição de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) que a descreve como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.

“Então, além de ter todas as medidas que controlem fatores de risco cardiovascular, como dieta balanceada e atividade física, precisamos entender que ter tempo para o nosso lazer, fazer atividades que nos dão prazer, cuidar dos nossos laços afetivos (familiares e de amizades), procurar ter realização no âmbito profissional, seguir uma rotina de sono saudável, evitar uso de drogas, sejam lícitas ou ilícitas, podem ajudar no cuidado que devemos ter com nossa saúde mental”, considerou.

Conforme o médico, as pessoas se preocupam muito mais com coisas palpáveis do que com aquilo que elas não conseguem ver. O adoecimento psíquico muitas vezes, explicou o psiquiatra, é silencioso e solitário, é diferente de ter um braço quebrado, algo que qualquer um pode enxergar.

“Existe ainda um forte estigma com relação à busca de cuidados para a nossa mente, pois por muito tempo procurar ajuda psicológica e psiquiátrica foi tido como ‘coisa de gente doida’. Isso é fruto de uma sociedade que não foi acostumada a lidar com o adoecimento dessa natureza, pois segundo a própria história, era de praxe excluir esses pacientes da sociedade, em manicômios isolados”, salientou o médico que é titular da Associação Brasileira de Psiquiatria.