Saúde

Projeto Respirar vai assegurar cirurgia de traqueostomia infantil

Além das intervenções cirúrgicas, haverá o acompanhamento e instrução aos pais de como proceder em caso de emergência

Por Assessoria 17/12/2023 17h14
Projeto Respirar vai assegurar cirurgia de traqueostomia infantil
Responsabilidade e o planejamento dos entes envolvidos resultaram em um projeto pioneiro no Brasil - Foto: Rodrigo Marinho / Ascom CRIA

Fruto de diálogos e sensibilidade da Defensoria Pública do Estado, de médicos e das secretarias de Estado da Saúde e da Primeira Infância (Cria) - que ficou como madrinha do projeto -, foi lançado oficialmente o Projeto Respirar, na sexta-feira (15).

A iniciativa vai viabilizar cirurgias e demais procedimentos de traqueostomia infantil a partir do dia 15 de janeiro.

Conforme o cirurgião torácico do Centro de Via Aérea Pediátrica da Santa Casa de Maceió e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Wander Mattos Cardoso, o projeto nasceu da parceria com a Defensoria Pública, que orientou como o médico pode se inserir na criação de um projeto e colocá-lo de fato dentro de metas claras que os gestores públicos possam corresponder às expectativas da sociedade.

“A Defensoria Pública se sensibilizou imediatamente com o tema e viabilizou as peças fundamentais para que fosse construído o projeto. O Estado está de parabéns porque entendeu a importância e o impacto que vai ter sobre as crianças e as famílias, ressocializando as crianças”, explicou Wander. Segundo ele, a contribuição de médicos vocacionados a ajudar foi essencial.

Para Wander, o grande desafio do projeto será montar uma base de dados sólida que, em todo mundo, são dados subestimados. É difícil ter uma estatística que consiga prever a morte pediátrica relacionada a problemas obstrutivos da via respiratória porque, muitas vezes, existem outras complicações em torno desse problema que são ajustadas na causa morte como o CID principal. O método de rastreio estatístico é muito ruim. Mas agora não mais será”, disse, confiante.

A proposta é implementar um banco de dados bem elaborado e para avaliar o tamanho da penetração que o projeto terá nas UTIs. O médico explicou ainda que a estimativa é que entre 15% e 20% das crianças na UTI vão precisar de uma assistência dessa, principalmente, quando são patologias de alta complexidade, pois esse percentual pode aumentar para 50%.

Projeto é pioneiro no país

A secretária da Primeira Infância (Cria), Paula Dantas, disse que o projeto vai além das cirurgias, pois faz parte da iniciativa treinar os pais para que eles saibam como proceder em caso de emergência. “Isso demonstra maturidade, planejamento e gestão. Além de diálogo entre a Defensoria, o Cria e a Secretaria de Saúde, porque vai diminuir os custos e as judicializações, vamos conseguir fazer mais com menos”, ressaltou.

Segundo Paula, a responsabilidade e o planejamento dos entes envolvidos resultaram em um projeto redondo e pioneiro no Brasil. “O governo Paulo Dantas tem mostrado seriedade e o protagonismo da saúde nas políticas públicas”, afirmou a secretária que também é médica.

O defensor público do Estado Fabrício Leão destacou que o projeto vai atuar no sentido de que as crianças tenham a sua vida restituída. “O antes e o depois de uma cirurgia de traqueostomia é tirar a criança de um estado de cuidado permanente que desloca um membro da sua família. E agora teremos uma família devolvida ao seu direito ao pleno desenvolvimento, principalmente, nessa fase tão primordial que é a primeira infância”, comemorou. Para ele, a Defensoria Pública realizou o seu papel de servir a sociedade, intermediar e construir um diálogo e fazendo com que as políticas públicas passem a ser uma realidade.