Saúde
Estudo aponta que vacinas contra Covid-19 são seguras para gestantes e bebês
Pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo para avaliar a segurança das vacinas contra Covid-19 de plataforma de vírus inativado (CoronaVac) e de mRNA (Pfizer) durante a gravidez, observando se a imunização poderia estar associada a problemas no nascimento do bebê e na mortalidade neonatal. O trabalho demonstrou que a vacinação contra a Covid-19, em todos os trimestres da gravidez, independentemente do tipo de vacina, é segura e não aumenta o risco de resultados adversos no nascimento ou de óbito. A pesquisa contou com base de dados e coautoria da Prefeitura do Rio de Janeiro.
"Este trabalho é mais uma evidência da segurança do uso das vacinas anti-Covid e numa população que merece atenção especial pelas suas características imunológicas. As vacinas anti-Covid usadas no Brasil são efetivas e seguras", afirmou o pesquisador Manoel Barral. A pesquisa foi realizada pelo projeto VigiVac (Fiocruz Bahia), de avaliação digital da campanha nacional de imunização contra o coronavírus, coordenado por Barral.
Os resultados do estudo foram publicados no International Journal of Epidemiology, da Universidade de Oxford (UK), no dia 10 de setembro. O estudo de coorte retrospectivo com população da cidade do Rio de Janeiro, contou com 17.513 nascidos vivos únicos, concebidos entre 15 de maio e 23 de outubro de 2021. Não foi encontrado aumento significativo de bebês com nascimento prematuro, com baixo peso ou pequeno para a idade gestacional, com Apgar abaixo de 5 (escala de avaliação clínica rápida de recém-nascidos) ou de morte neonatal. Uma proteção leve, mas consistente, foi demonstrada contra o nascimento prematuro em mulheres que receberam diferentes plataformas de vacinas durante o terceiro trimestre de gravidez.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro fez parte da pesquisa com a equipe de Vigilância em Saúde, que, além de construir o processo de linkagem dos bancos de dados e fornecer os dados, colaborou com o desenvolvimento do conceito do estudo, contribuiu com a análise de dados e com a interpretação dos resultados.
"Utilizamos os bancos de dados oficiais do Ministério da Saúde, como SIM, Sinasc e Sipni, para encontrar as informações necessárias das gestantes cariocas e de seus bebês. A falta de interoperabilidade entre estes bancos de dados exigiu um processo de linkagem, que é o relacionamento destas bases, para unir as informações que estão separadas em cada uma, como dados da gravidez, dados do status vacinal dessas gestantes e dados sobre as condições de nascimento destes bebês. Este processo tornou possível a análise dos dados para este trabalho", explica Luciana Freire, assessora técnica da Superintendência de Vigilância em Saúde, que coordenou a equipe da Secretaria Municipal de Saúde do Rio na elaboração da pesquisa.
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