Maceió vacinou 30.289 crianças entre 5 e 11 anos até o último sábado (12) com a 1ª dose contra a Covid-19, o que representa 31,04% desse público. Marcos Gonçalves, presidente da Sociedade Alagoana de Pediatria, lembrou que os casos de Covid ‘explodiram’ de janeiro para cá. Ele também frisou que as fake news contribuem de forma direta contra a luta diária e constante pela vacinação.

“Estudiosos falam que a notícia falsa é muito atraente, bem como o discurso negacionista e depois que essa ideia entra na cabeça de uma pessoa é difícil desfazer depois que ela acredita. Uma vez estabelecida a gente não consegue convencer mais aquele pai de vacinar. E são diversas delas espalhadas por aí, de morte de criança por conta da vacinação, mudança de gene por conta da vacinação, miocardite. Isso tudo aí é falso. Se ocorrer é de uma forma muito rara e leve”, explicou Marcos Gonçalves.

“Têm muitos pais hoje em dia com medo de vacinar os filhos por essas informações falsas. Então a gente suplica para os pais que sigam as orientações das agências sanitárias, sociedades científicas que são as pessoas que entendem exatamente sobre vacinação, que orientam, são os especialistas falando”, concluiu.

Ainda de acordo com ele, a vacinação é segura e não tem efeito colateral na maioria das vezes. Gonçalves pontuou que até a semana passada 15 mil crianças foram vacinadas em Maceió e não houve nenhum registro de reação.

O secretário executivo do Gabinete do Prefeito e coordenador do enfrentamento à covid-19 em Maceió, Claydson Moura, ressaltou que os números começaram tímidos, mas que estão avançando.
“Já temos mais de 25% das crianças vacinadas, e vamos avançar ainda mais. Em breve, teremos dez equipes vacinando nas escolas e faço o reforço para que o pai e a mãe, mesmo os que trabalham, deem prioridade à vacinação dos seus filhos, isso é fundamental. Não vão na onda da internet. Se tiverem dúvidas, perguntem ao médico”, destacou.

“Das crianças vacinadas, nenhuma morreu ou teve qualquer adversidade por conta da vacina. Então essas fake news que compartilham contra a vacina, para mim é uma canalhice, porque mexem com a ingenuidade e a pouca informação das pessoas. Estamos lidando com uma pandemia gravíssima que já matou milhares de brasileiros. O único caminho para sairmos dessa situação é vacinar”, finalizou Claydson Moura.

Covid-19
UTI Pediátrica do HM está com pacientes graves e intubadas

Marcos Gonçalves, representante da Sociedade Alagoana de Pediatria, fez um apelo aos pais para que cuidem dos seus filhos porque é ilusão acreditar que criança se pegar Covid-19 é apenas de forma branda.

“A UTI Pediátrica do Hospital da Mulher (HM) está com crianças graves e intubadas com Covid. A gente teve óbito na semana passada, teve óbito na outra semana. Então não tem porque a gente não fornecer esse tipo de proteção que funciona e não tem efeito colateral nenhum preocupante para essas crianças. É chocante ver no dia a dia, crianças morrendo por causa da doença, crianças que se estivessem vacinadas não estariam nem internadas, poderiam pegar Covid, mas a forma branda”, afirmou.

“Crianças estão sendo vacinadas em Maceió com zero registro de evento adverso, então é muito seguro e protege contra Covid, a gente precisa proteger essas crianças”, avaliou.

Sobre a baixa imunização de crianças até o momento na capital, Marcos Gonçalves, justificou que o número de pacientes infectados, incluindo crianças, subiu bastante e essa informação impacta a vacinação.

“Várias crianças não tiveram Covid, mas entraram em contato com a doença por meio dos pais ou parentes que pegaram, então não foram infectados comprovadamente ou estão assintomáticos, porém não podem se vacinar e têm que esperar 30 dias também para poder serem imunizados”, salientou.

Em nota, o Fórum Alagoano em Defesa do SUS conclamou que as famílias vacinem suas crianças de 5 a 11 anos. Alerta que não acreditem em notícias falsas (fake news) veiculadas pelo WhatsApp.

“Ao tempo em que solicita das autoridades municipais e estaduais responsáveis que realizem, com urgência, campanhas pró-vacina nos meios de comunicação, nas unidades de saúde, nos bairros, além de busca ativa dos não vacinados por meio da Estratégia Saúde da Família e das Unidades Básicas de Saúde, visitando as famílias, as escolas, as comunidades quilombolas e indígenas”.