Saúde

Influenza: máscaras protegem contra epidemia de H3N2

Disseminação da gripe pode está sendo causada pelo relaxamento das medidas de proteção pela população

Por Correio Braziliense 20/12/2021 12h11
Influenza: máscaras protegem contra epidemia de H3N2
Reprodução - Foto: Assessoria

Máscaras são métodos preventivos eficazes para combater a contaminação por H3N2 e pela covid-19, assim como outros adotados ao longo da pandemia, como a higiene das mãos e o distanciamento social. Uma publicação do Twitter questiona a utilidade do item diante do crescimento de casos de gripe influenza no Rio de Janeiro e em São Paulo. Contudo, segundo especialistas, entre os fatores que podem estar causando a disseminação da gripe estão exatamente o relaxamento das medidas de proteção pela população, que está se aglomerando mais e deixando de usar a máscara. A epidemia da cepa H3N2, da Influenza A, tem gerado comentários que questionam a utilidade de vacinas e métodos preventivos, capazes de combater vírus como o da covid-19 e o do próprio Influenza, conhecido por ser uma gripe sazonal.

Exemplo disso é uma publicação no Twitter que questiona a serventia das máscaras de proteção usadas contra o novo coronavírus se o Rio de Janeiro e São Paulo estão com epidemia de influenza, vírus causador da gripe.

Diante dos questionamentos, o Comprova decidiu explicar por quais razões as máscaras seguem como eficazes no combate de ambos os vírus que se enquadram como epidemias no país.

Epidemia da influenza está ligada às flexibilizações e falta de vacinação - O aumento de casos está realmente acontecendo – e se espalhou para outros locais, como o estado do Espírito Santo e as cidades de Salvador, na Bahia, e Porto Velho, em Rondônia –, mas esse cenário não invalida a importância das máscaras, segundo especialistas.

Como o vacinologista e professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Odir Dellagostin explicou ao Comprova, a vacina contra a gripe oferecida neste ano “tem uma baixa proteção contra a Darwin, cepa do vírus influenza A H3N2, que está provocando o surto”. E, para piorar o cenário, diz ele, o uso de máscaras está diminuindo. “As pessoas estão voltando a se aglomerar, a se abraçar, a tomar cafezinho juntas, sem máscara, o que reduz a efetividade dela.”

Ainda de acordo com ele, “a solução é recomendar fortemente a continuidade do uso correto da máscara, o distanciamento e o uso de álcool em gel”.

O mesmo disse à Folha Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC): “Agora, (para nos proteger,) são as medidas preventivas, como uso de máscaras, higienização das mãos e evitar aglomerações”.

Epidemia - No dia 9 de dezembro, quando o post verificado aqui foi publicado, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro confirmou em redes sociais que a capital vive uma epidemia de influenza. “Será que estamos enfrentando uma epidemia de influenza? A epidemia está localizada no município do Rio e já há aumento do número de casos em outros municípios da região metropolitana”, escreveu o órgão no Twitter.

Em nota publicada no UOL, a secretaria afirmou: “Esse crescimento repentino, verificado a partir de 22 de novembro, quando foram registrados 505 atendimentos, atingiu quase 6 mil atendimentos no último dia 6. Trata-se do maior número de atendimentos por uma única doença realizados nas UPAs estaduais em um único dia desde o início da pandemia”.

Na capital fluminense, a prefeitura está instalando cinco centros de atendimento e testagem de pessoas com síndrome gripal “para reforçar a assistência à população durante o surto de influenza”. A estratégia é semelhante à adotada em 2009, durante o surto de H1N1.

Em São Paulo, segundo e-mail da Secretaria Municipal de Saúde enviado ao Comprova, “houve um aumento significativo de pessoas com síndrome gripal” na última semana. O órgão informou ainda que, em novembro, houve 111.949 atendimentos de pessoas com sintomas gripais, sendo 56.220 suspeitos de covid-19 e, agora na primeira quinzena de dezembro, já foram 91.882 atendimentos com quadro respiratório (45.325 suspeitos de covid-19).